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Moro: Corrupção era modus operandi da Andrade Gutierrez

Executivos da empreiteira estão presos desde junho pela Operação Lava Jato

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 out 2015, 13h47

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, defendeu nesta terça-feira em ofício encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o executivo Elton Negrão, da Andrade Gutierrez, continue preso para “proteger a sociedade”. No ofício endereçado ao ministro Ribeiro Dantas, novo relator do petrolão no STJ, Moro é enfático ao afirmar que há indícios de que a Andrade Gutierrez, “como modus operandi, pratica cartel, ajuste fraudulento de licitações e corrupção para alavancar os seus negócios”.

Os principais executivos da construtora, incluindo o presidente afastado Otávio Marques de Azevedo, estão presos em Curitiba desde a 14ª fase da Operação Lava Jato, em junho.

O juiz da Lava Jato critica a atuação da empreiteira em negociações de vantagens indevidas, conforme apontam delatores, como o presidente afastado da construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, e diz que dinheiro sujo circulava entre os operadores do petrolão até mesmo depois que a Lava Jato foi iniciada. “Há prova, em cognição sumária, de que o mesmo modus operandi, de cartel, ajuste de licitações e propinas, além de ter gerado um grande prejuízo à Petrobras (estimado em mais de seis bilhões de reais no balanço da estatal), foi reproduzido em outros âmbitos da Administração Pública, inclusive com pagamentos de propinas no segundo semestre de 2014, inclusive em dezembro de 2014, quando já notória a investigação sobre as empreiteiras”, disse Moro.

Segundo o executivo Dalton Avancini, a Andrade pagou propina em contratos com a Petrobras e a Eletronuclear e em obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, por exemplo. O também delator Mario Goes deu detalhes ao Ministério Público sobre o esquema de distribuição de dinheiro sujo orquestrado pela construtora Andrade Gutierrez no exterior e esmiuçou pelo menos quinze operações de lavagem de dinheiro ainda desconhecidas pelos investigadores. Ele contou que, por meio da subsidiária Zagope Angola, vinculada à Andrade, a empreiteira repassou propina de 2008 a 2012 para uma conta bancária da empresa offshore Phad Corporation controlada pelo próprio na Suíça. De lá, o dinheiro foi enviado, por meio de contratos falsos, ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente da petroleira Pedro Barusco.

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“A utilização da empresa Zagope Angola, subsidiária da Andrade no exterior, para repasse de propina já indicava, antes, a responsabilidade pela liderança do Grupo Andrade Gutierrez e não somente de executivos setoriais”, disse o juiz. Para Moro, os indícios de participação de Elton Negrão no esquema criminoso são corroborados, por exemplo, por arquivos apreendidos no computador do também executivo Antonio Campelo nos quais constam tabelas com dados sobre os ajustes e fraudes que teria de ser feitos em licitações. Campelo era subordinado a Elton na empresa.

Procurada, a Andrade Gutierrez disse que não vai se manifestar.

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