Ministros ganham mais que Dilma e superam teto
Os salários mais altos são os dos ministros Miriam Belchior e Guido Mantega, que receberam R$ 43.202,58 graças a participação em conselhos da Petrobras
A divulgação dos salários do Executivo mostrou a presidente Dilma Rousseff atrás no ranking dos maiores contracheques da Esplanada. Os mais altos são os dos ministros do Planejamento, Miriam Belchior, e da Fazenda, Guido Mantega, que receberam 43.202,58 reais graças a jetons (pagamento por sessões extraordinárias) pagos pela participação em conselhos da Petrobras (8.232,74 reais) e da Petrobras Distribuidora (8.246,71 reais). Com as deduções de Previdência e Imposto de Renda (IR), o salário líquido de cada um foi de 36.297,94 reais.
Os valores excedem o teto do funcionalismo, de 26.723,13 reais, valor recebido pela presidente Dilma conforme seu último contracheque. Com os descontos, ela obteve 19.818,49 reais. Outros nove ministros ganharam mais que a presidente, a exemplo de Tereza Campello (Desenvolvimento Social), que auferiu 24.571,39 reais líquidos, graças a jetom da Petrobras Biocombustível de 4.752,90 reais, e Wagner Bittencourt (Aviação Civil), que ganhou 24.054,49 reais com os 4.145,49 reais referentes à participação em reuniões de conselho da Eletrobras. Os jetons têm sido usados com frequência como instrumentos para turbinar os salários do primeiro escalão do governo.
A divulgação dos salários atende à Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor no mês passado e determina a abertura dos dados. As remunerações, apresentadas no Portal da Transparência (www.portaldatransparencia.gov.br), se referem à folha de pagamentos de maio. O governo federal divulgou na internet os salários da presidente, de seus ministros e de mais de 40 mil servidores públicos federais.
Os valores recebidos por pelo menos dez ministros não estão disponíveis. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), responsável pelo sistema, eles recebem pelos órgãos de origem, aos quais cabe informar os valores. A maioria se licenciou do Senado para assumir vaga na Esplanada, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Edison Lobão (Minas e Energia).
(Com Agência Estado)