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Minha candidatura abre caminho para outras mulheres, diz Simone Tebet

Nome do MDB na disputa pela presidência do Senado, ela diz que pauta econômica será a sua prioridade

Por Nonato Viegas Atualizado em 13 jan 2021, 16h03 - Publicado em 13 jan 2021, 15h49

Senadora de primeiro mandato, Simone Tebet (MS) foi escolhida por unanimidade pelo MDB para ser a candidata do partido para presidente do Senado, cargo que já foi ocupado por seu pai, Ramez Tebet. Advogada especializada em Direito Administrativo, a parlamentar comanda atualmente a Comissão de Constituição e Justiça, a mais poderosa da Casa, por onde passam todos os projetos de lei antes de chegarem ao Plenário. Primeira mulher a pleitear o posto, ela terá como principal adversário Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que conseguiu reunir o apoio tanto do PT quanto do presidente Bolsonaro. A eleição será realizada em fevereiro. Sairá vencedor quem conquistar os votos de pelo menos 41 dos 81 senadores. A VEJA, Simone falou por telefone sobre a sua campanha e suas prioridades caso seja eleita.

Qual o objetivo de sua candidatura? – A nossa candidatura quer acima de tudo fortalecer o Senado Federal, uma instituição que sempre teve um papel decisivo no equilíbrio e na moderação política. Nos momentos mais difíceis, o Senado sempre apontou saídas para as crises. E, neste momento, não dá para negar que vivemos uma das maiores crises do país, porque ela se mistura com as crises sanitária, social, econômica e política. Queremos o fortalecimento do Senado e a sua independência harmônica com os demais poderes. Não sou a candidata da oposição nem a do governo. Não tenho o peso de ser governista, mas também não faço a oposição. Minha candidatura é a favor das pautas prioritárias para o país e tem uma sinergia com as ruas.

Aliados do senador Rodrigo Pacheco dizem que ele será mais independente por ter o apoio do presidente Bolsonaro e do maior partido de oposição, o PT. A senhora concorda? – Há o comprometimento (dele) com ambos. O Senado sempre prezou pela independência, e sua dependência é prejudicial à democracia. É a independência harmônica que garante uma democracia saudável. Minha candidatura respeita a proporcionalidade, porque o MDB tem a maior bancada, e a proporcionalidade é o ideal. Se ela fosse respeitada, não haveria agora qualquer tipo de toma lá dá cá, uma vez que cada bancada saberia qual o seu espaço na Mesa Diretora e nas comissões, de acordo com a regra da proporcionalidade. O processo já começou errado.

Caso seja eleita, a senhora pretende preencher os espaços de acordo com o tamanho das bancadas? – Não. Uma vez polarizadas as candidaturas, obviamente os espaços serão ocupados com partidos que se somaram à minha candidatura. Estamos fazendo a composição das comissões de acordo com a oficialização dos apoios do partido. Dentro dos partidos que estão vindo, a gente está respeitando a proporcionalidade. Há o MDB, o Podemos, poderemos ter o PSDB.

Se for eleita, a senhora será a primeira mulher a presidir o Senado. O que isso pode representar? – Já existe um marco histórico. Pela primeira vez em duzentos anos de sua história, a maior bancada define uma mulher, com uma candidatura competitiva, para disputar a presidência do Senado e também do Congresso. Isso demonstra não apenas a compreensão do MDB de que precisa se adaptar aos novos tempos, se renovar, mas uma maturidade do próprio Senado. Minha candidatura também abre caminho para que novas candidatas possam vir, independentemente do resultado desta eleição.

A senhora pretende dar ênfase às demandas de gênero? – É óbvio que se eu for eleita vou levar para o plenário pautas demandadas pela bancada feminina, que obviamente é mais sensível às questões de gênero. É muito importante o empoderamento da mulher, não apenas nas instâncias de poder público, mas na sociedade como um todo. A participação da mulher na política não chega a 16%.

Quais serão as suas pautas prioritárias? – O presidente do Senado precisa entender que não é presidente de si mesmo, que preside uma casa composta por outros 80 senadores e de pensamento plural. É preciso, portanto, dividir os espaços de poder com lideranças, com as bancadas — inclusive a pauta, que deve ser discutida e compartilhada com os líderes. Dito isso, a pauta econômica é prioritária. Nós temos que receber todos os projetos do governo federal. Digo sempre que tudo pode entrar para o Senado, mas nem tudo pode sair dele. Muita coisa tem que ser arquivada, modificada, melhorada. Já nas pautas de costumas acho que é preciso deixar claro que não podemos aceitar retrocessos.

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