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Milionários triplicam doações nestas eleições municipais

Levantamento no banco de dados do TSE mostra que os ricos estão 'pulverizando' o dinheiro para vários partidos

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 nov 2020, 11h35 - Publicado em 11 nov 2020, 10h49

Desde 2016, os partidos estão proibidos pelo Supremo Tribunal Federal de receber recursos de empresas para campanhas. O empresariado, no entanto, pode doar como pessoa física. Esta é a segunda eleição municipal que se passa sob a nova regra. É o possível, portanto, comparar a disposição do empresariado de fazer doações eleitorais e constatar em que legendas e candidatos mais apostam.

Quando se fala em dinheiro no Brasil, é obrigatório citar o nome de Rubens Ometto, do Grupo Cosan. Na eleição de 2016, ele doou 700 mil reais para três candidatos. O então candidato a prefeito de São Paulo, o governador João Dória (PSDB), levou 500 mil reais. Nesta eleição, Ometto triplicou as doações para 2,2 milhões de reais, distribuindo o dinheiro para 18 candidatos de vários partidos e para dez direções partidárias. A maior doação é para o candidato de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), com 200 mil reais.

José Isaac Peres, do Grupo Multiplan, de shopping centers, também triplicou as doações. Nas eleições de 2016, ele doou 300 mil reais, para três candidatos. Marta Suplicy, do PMDB, ficou com 200 mil. Nessa eleição, Peres já doou 1,19 milhão de reais, para 21 candidatos de várias legendas e direções de dois partidos. Os candidatos que levaram mais verbas de Peres este ano são do PSDB.

O ex-secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, dono da Localiza, já doou 1,78 milhão de reais nestas eleições, para 50 candidatos de várias legendas, principalmente do Novo. Em 2016, ele tinha doado 370 mil reais, para dois candidatos do PSDB e para a direção do Novo. O irmão de Salim, Eugênio Mattar, tinha doado 15 mil reais em 2016 para dois candidatos e este ano já doou 1,2 milhão de reais para cinco candidatos do Novo.

Alguns milionários mudaram completamente de preferência partidária. José Ricardo Rezek, dono do grupo que leva seu nome, doou 250 mil reais nas eleições de 2016, sendo que o candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad, levou a maior fatia, de 160 mil reais. Nestas eleições, Rezek já doou 467 mil reais para 11 candidatos. A maior fatia ficou com o principal adversário do PT em São Paulo, candidato Bruno Covas (PSDB), que recebeu 200 mil reais.

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As mulheres milionárias também decidiram investir mais em eleições. Beatriz Sawaya Bracher, acionista do Itaú, doou 95 mil reais em 2016, para três candidatos. Este ano, Beatriz já distribuiu 702 mil reais para 30 candidatos de diversas legendas e para a direção da Rede. Beatriz é uma das grandes doadoras que mais leva em conta a diversidade, dando dinheiro para as campanhas de candidatas mulheres e para negros.

Na lista de ricos que mais doam para eleições há novos personagens. Um deles é o jovem bilionário Pedro de Godoy Bueno, do grupo Dasa. Ele não tinha feito nenhuma doação em 2016, mas este ano já distribuiu 995 mil reais para 49 candidatos, de vários partidos. Outro que aparece na lista é o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que já doou 1,5 milhão de reais para 18 candidatos de vários partidos, com a maior fatia para Wagner Sousa Gomes, de Fortaleza, o “Capitão Wagner” (Pros), que levou 1 milhão.

Há um pequeno time de milionários que reduziu doações. Pedro Grendene, do grupo que leva seu nome, havia doado 2,23 milhões de reais em 2016 e até agora doou 495 mil reais. As doações de Grendene mostram uma mudança de preferência: em 2016 ele deu 700 mil reais para a direção estadual do PT no Ceará. Nestas eleições, Grendene excluiu o PT da lista e doou a maior parte do dinheiro para o PDT no estado. Quem também diminuiu doação para eleição foi Maria Alice Setubal, a Neca, do Itaú. Ela doou 260 mil em 2016 e este ano só desembolsou 42,8 mil reais.

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