Apesar da recomendação do Ministério Público do DF, petistas encarcerados na Papuda continuam a receber visitas de parlamentares livremente. Familiares de outros presos reclamam dos benefícios
Apesar da recomendação do Ministério Público feita à diretoria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal para que seja seguido o princípio da isonomia no tratamento de detentos, os petistas encarcerados no Complexo Penintenciário da Papuda, em Brasília, continuaram a receber livremente a visita de parlamentares e familiares.
Nesta sexta-feira, um dia vetado a visitações na Papuda, o deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA) esteve no local no início da tarde para encontrar José Dirceu, Delúbio Soares, Romeu Queiroz e Jacinto Lamas. Mais cedo, o ex-deputado Carlos Abicalil também visitou alguns dos presos do processo do mensalão. Pelo entendimento do juiz da Vara de Execuções Penais, parlamentares têm livre acesso ao complexo penitenciário.
Ao cobrar o fim das regalias aos petistas, o Ministério Público anexou reportagens sobre o entra e sai de visitantes na Papuda. A entrada indiscriminada na penitenciária tem causado desconforto em familiares de presos comuns, que têm de esperar em uma fila durante horas para conseguirem acesso ao interior da penitenciária. Os petistas desrespeitam a ordem de chegada e não precisam ficar sob o sol para ter a entrada liberada.
Dirceu e Delúbio desistiram de pedir transferência para uma unidade em São Paulo e permanecerão em Brasília, onde o sistema prisional é administrado pelo governador do Distrito Federal e colega de partido, Agnelo Queiroz. O governador, aliás, fez questão de visitar os detentos petistas ontem ao lado de 26 deputados.
As reclamações dos demais visitantes e a recomendação do Ministério Público foram mais uma vez ignoradas nesta sexta. Ao site de VEJA, o coordenador-geral da Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) no DF, João Feitosa, afirmou que sequer sabia das visitas e alegou que a entrada às sextas-feiras não é proibida: “Na sexta-feira há exceções por motivos particulares. São casos excepcionais, como um familiar cadeirante ou que precise levar alguma medicação”, explicou. Esses, porém, não são os casos aplicados aos detentos do mensalão.
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Para o coordenador, não há privilégios aos mensaleiros: “Isso não acontece. Os outros presos, inclusive, não estão reclamando. O sistema está calmo e as visitas têm ocorrido com normalidade”.
O coordenador da Sesipe ainda apontou benefícios na maior rotatividade com a presença dos mensaleiros: “Os presos têm consciência de que com a visita de representantes do poder público há uma tendência de haver melhorias. Eles [os condenados no mensalão] podem trazer mais atenção ao sistema prisional”.
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