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Mensagens vazadas de Moro não encobrem ‘corrupção estrutural’, diz Barroso

Ministro do STF afirma a VEJA que material foi obtido de forma criminosa e que 'é preciso ter muito cuidado para que o crime não compense'

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 jun 2019, 20h36

Diante do vazamento de mensagens trocadas no aplicativo Telegram entre o ex-juiz federal e ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, enquanto Moro ainda era magistrado, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ressalta que o material foi obtido por uma “ação criminosa” e que sua divulgação não “encobre” os esquemas de “corrupção estrutural, sistêmica e institucionalizada” descobertos nos últimos anos no país.

Nos diálogos publicados no último domingo e nesta quarta-feira, 12, pelo site The Intercept Brasil, Sergio Moro aparece orientando o MPF a respeito de um possível informante a ser ouvido em uma investigação sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cobrando de Deltan a deflagração de novas fases da Lava Jato, sugerindo a inversão da ordem de ações da operação e antecipando decisões judiciais que tomaria.

Moro atribui as informações a uma invasão hacker no celular dos procuradores, enquanto o The Intercept Brasil afirma somente que recebeu o conteúdo das mensagens de uma fonte anônima.

“A única coisa que se sabe ao certo sobre os vazamentos é que as informações foram obtidas mediante ação criminosa. Numa sociedade civilizada, é preciso ter muito cuidado para que o crime não compense”, disse Barroso a VEJA.

Assim como costuma ocorrer no plenário do STF em questões relativas à Operação Lava Jato, a posição do ministro é diferente das já externadas por colegas dele, como os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.

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Gilmar indicou que a ilegalidade na obtenção das provas não as torna nulas, enquanto Marco Aurélio declarou a VEJA na segunda-feira 10 que, com as mensagens, “pelo menos na visão do leigo e daqueles que foram processados, isso fica prejudicado, a coisa fica tenebrosa”.

“Nada do que se divulgou até agora encobre um fato evidente: o Brasil viveu um quadro grave de corrupção estrutural, sistêmica e institucionalizada. Empurrar a corrupção para a margem da história é uma das missões da nossa geração. Tudo nos termos da Constituição e das leis, sem moralismo ou punitivismo. Mas é preciso integridade, seriedade e compromissos com o país”, afirma Luís Roberto Barroso.

Haverá mais ‘vítimas’ de vazamentos, diz Moro a deputado

VEJA revelou nesta quarta-feira que, em uma reunião com o deputado Celso Russomanno (PRB-SP), o ministro Sergio Moro afirmou que haverá novas “vítimas” dos vazamentos de mensagens do aplicativo Telegram, possivelmente parlamentares. Um áudio de cerca de oito minutos do diálogo entre o ministro e o parlamentar foi obtido pela reportagem por meio de uma ligação ao celular de Russomanno pelo aplicativo WhatsApp, que ele atendeu sem querer.

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“Quando apareceu [inaudível] era montado, acho que invadiram dos procuradores, ficou esse negócio sendo remoído. Mas eles estão invadindo ainda muita gente, já ouvi falar que invadiram parlamentar lá também”, disse Moro.

Em seguida, o ex-juiz volta a falar sobre possíveis novas “vítimas” das invasões, o que levaria à criação de um “cenário positivo” para tratar de uma “iniciativa” citada na reunião por Russomanno. Não é possível entender, no curso do diálogo, que medida seria essa, mas o deputado é um dos mais ativos nos debates sobre segurança da informação no Congresso e teve participação na elaboração da Lei de Proteção de Dados.

“Talvez esperar um pouquinho aí porque vai ter mais vítima para aparecer, aumenta o cenário positivo aí para uma iniciativa dessa espécie e aí podemos trabalhar junto”, afirmou o ministro.

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