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Mensagens sugerem que ex-ministro ‘vazou’ reunião de Dilma

Ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência repassou informações de reuniões internas para empreiteiro da Andrade Gutierrez

Por Da redação
Atualizado em 22 out 2020, 17h58 - Publicado em 12 jul 2016, 18h17
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  • Relatório da Polícia Federal sobre as mensagens de celular do ex-presidente da Andrade Gutierrez e delator da Lava Jato Otávio Azevedo sugere que o ex-ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência Thomas Traumann vazou informações de uma reunião interna do governo para o empreiteiro.

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    Traumann foi assessor especial da secretaria em 2011 e porta-voz da presidente afastada Dilma Rousseff a partir de 2012, no primeiro mandato da petista. Em janeiro de 2014, ele assumiu o comando da pasta, substituindo a jornalista Helena Chagas.

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    As mensagens do celular de Otávio Azevedo foram apreendidas pela Polícia Federal e embasam investigações da Lava Jato. Num torpedo de 14 de outubro de 2011, Traumann avisa o empreiteiro sobre um projeto relacionado à infraestrutura aeroportuária em São Paulo: “No café da manhã, chefa disse q o entroncamento de rotas c/ GRU e VRC inviabiliza Caieiras”.

    O governo estudava a implantação de um novo aeroporto internacional em São Paulo, a ser construído em Caieiras, como alternativa aos terminais de Guarulhos, cuja sigla é GRU, e Viracopos, em Campinas.

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    O projeto era de interesse da Andrade Gutierrez, que elaborou junto com a Camargo Corrêa uma proposta de construção de um terminal chamado Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp). O empreendimento teria financiamento de cerca de 5 bilhões de reais do BNDES e teria a capacidade para atender 30 milhões de passageiros por ano.

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    Avisado pelo assessor, o empreiteiro retrucou: “Isto foi público?” e Traumann respondeu: “Não. Só ministros”. Questionado, o ex-ministro disse que não possui mais o número de Brasília e que, pelo que se lembra, a conversa dizia respeito a uma decisão anunciada pelo então ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, na qual descartava autorização para as obras do Nasp. A declaração do ministro, contudo, foi publicada no dia 31 de outubro – 17 dias após o diálogo com Otávio – pelo jornal Valor Econômico.

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    O relatório da PF sobre as mensagens mostra várias outras comunicações de Traumann com o executivo entre 2011 e 2014, nas quais discutem questões de governo, marcam encontros e tratam de favores. Antes de assumir funções na Presidência, Traumann era um dos responsáveis pela comunicação corporativa da empreiteira. Em janeiro de 2012, antes de ser anunciado oficialmente como porta-voz da presidente, Traumann avisa a Otávio Azevedo: “Para você não saber pela imprensa: fui indicado porta-voz da presidenta. Deseje me sorte!”

    No dia 24 de outubro de 2011, Traumann avisa o empreiteiro: “Caro, o paper q vc me pediu está estruturado. Como está a sua agenda?”

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    Em 11 de julho daquele ano, Traumann fazia referência a possíveis sugestões do executivo a um anúncio que seria feito pelo governo. “Muitas de suas opiniões serão aproveitadas nas regras a serem anunciadas ainda hoje”. Naquele dia, Dilma teve uma reunião de coordenação com sua equipe no Planalto.

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    Em outra ocasião, em junho de 2011, Traumann avisa o empreiteiro que pretendia sair do governo. “Estou pensando em ir embora.” E recebe uma oferta de emprego do executivo: “Volta para a AG [Andrade Gutierrez]. Estamos de braços abertos”. Dias depois, Traumann declina do convite e informa que ficaria no Planalto para novas atividades. “Propuseram que eu cuidasse dos discursos e de algumas operações de imprensa da PR [Presidência]”, explicou e acrescentou: “E seguimos amigos”.

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    Defesa – Traumann afirma que não tem mais o número de celular de Brasília e, portanto, não podia checar o contexto dessas trocas de mensagens de cinco anos atrás. “Pelo que recordo, se tratava da decisão anunciada em entrevista pelo então ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, descartando a autorização para a construção do aeroporto de Caeiras. A informação havia sido publicada pelo jornal Valor Econômico, e, portanto, não era sigilosa.”

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    (Com Estadão Conteúdo)

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