Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Médico cotado para vaga de Mandetta defende isolamento horizontal

Oncologista Nelson Teich foi consultor informal da área da saúde na transição para o governo Bolsonaro e afirma que isolamento vertical 'tem fragilidades'

Por André Siqueira Atualizado em 16 abr 2020, 17h51 - Publicado em 16 abr 2020, 10h26

Um dos cotados para assumir o Ministério da Saúde no lugar do ministro Luiz Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich é defensor do isolamento horizontal como forma de conter os avanços da epidemia do novo coronavírus. A tese se contrapõe à postura do presidente Jair Bolsonaro, que propõe o chamado isolamento vertical, isto é, aquele que mantém em quarentena apenas pessoas do grupo de risco, como idosos e pacientes com doenças prévias, as chamadas comorbidades.

Formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Nelson Teich foi consultor informal para a área de saúde na equipe do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018. Fundador e presidente do grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI), ele também assessorou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, de setembro de 2019 a janeiro de 2020.

Em um artigo publicado no início de abril, intitulado COVID-19: Como conduzir o Sistema de Saúde e o Brasil, Teich afirma que “diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da Covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento”. O oncologista acrescenta que “o isolamento horizontal é uma estratégia que permite ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada econômica do país”.

Continua após a publicidade

Em outro trecho da publicação, Teich diz que o isolamento vertical, defendido por Bolsonaro e por seus apoiadores, é uma estratégia que “tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o problema”. “Sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa”, escreve.

O oncologista também analisa de que forma o debate sobre a preservação de vida e a preocupação com a economia do país polarizou o processo de elaboração de políticas públicas para combater a crise. Crítico ferrenho das medidas restritivas, Bolsonaro defende o funcionamento das atividades econômicas como uma forma de evitar o colapso da economia.

Continua após a publicidade

Para Nelson Teich, porém, o antagonismo criado entre saúde e economia é “desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal”.

ASSINE VEJA

O vírus da razão O coronavírus fura a bolha de poder inflada à base de radicalismo. Leia também: os relatos de médicos contaminados e a polêmica da cloroquina ()
Clique e Assine

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.