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MBL mantém apoio a Moro e presença em manifestação pró-Lava Jato

Em conversas vazadas de 2016, o atual ministro da Justiça chama integrantes do movimento de `tontos`; protestos ocorrerão em 30 de junho

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 23 jun 2019, 18h33 - Publicado em 23 jun 2019, 15h37

O Movimento Brasil Livre (MBL) não se melindrou com o mais recente diálogo do então juiz Sergio Moro com procurador Deltan Dallagnol, chefe da força Tarefa da Lava Jato, em 2016. Moro chama os integrantes do MBL de “tontos” e se mostra preocupado com o impacto de protesto dos ativistas em sua relacão com o Supremo Tribunal Federal. A VEJA, dois líderes do movimento de direita, os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Arthur Moledo do Val (DEM), afirmaram neste domingo, 23, que o apoio ao agora ministro da Justiça continua firme e que a entidade estará presente na manifestação pró-Moro e Pró Lava Jato agendada pelo Vem Pra Rua, outro grupo direitista, para 30 de junho.

“Não deixamos de apoiar o ministro Moro de forma nenhuma. Não vamos dar uma de ofendidinhos porque ele nos mencionou. A conversa deles foi normal”, afirmou o deputado estadual Arthur do Val, mais conhecido como “Mamãe Falei”, título de seu canal no YouTube.

Deputado federal Kim Kataguiri, do MBL: ‘vazamento criminoso’ – 2019 (Facebook/Reprodução)

“A nossa presença na manifestação está confirmada. Não vamos compactuar com um vazamento criminoso só porque o então juiz teria discordado de uma manifestação nossa”, afirmou o deputado federal Kim Kataguiri. “Seria infantil e revanchista. Não é da nossa índole”, completou.

Kataguiri, entretanto, disse que estará em Brasília no dia 30 e que não pode confirmar se estará presente na manifestação. Os protestos, segundo Val foram convocados pelo Vem pra Rua, e não pelo MBL, que aderiu à iniciativa.

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Ambas as organizações civis têm defendido Moro da acusação de imparcialidade em seus julgamentos de processos da Lava Jato. Desde o último dia 9, o portal The Intercept Brasil têm divulgado as conversas entre Moro e procuradores da Lava Jato pelo aplicativo Telegram que, para parte dos juristas, comprovam a conexão entre o juiz e o Ministério Público e abrem a possibilidade de questionamento de todos os julgamentos realizados.

Neste domingo, o jornal Folha de S.Paulo trouxe novas conversas obtidas pelo Intercept Brasil, entre as quais a que Moro manteve com Dallagnol no dia 23 de março de 2016 sobre o comportamento do MBL. Na época, o então ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte, ameaçava desmembrar os processos operação como meio de diminuir o poder dos procuradores.

“Não sei se vcs têm algum contato mas alguns tontos daquele movimento brasil livre foram fazer protesto na frente do condomínio do ministro. Isso não ajuda evidentemente”, escreveu Moro às 22h36.

“Se quiser, vou atrás para ver se temos algum contato, mas, não sendo violento ou vandalizar, não acho que seja o caso de nos metermos nisso por um lado ou outro”, respondeu Dallagnol às 23h28. “Não, com o MBL não. Eles ficaram meio ‘bravos’ com a gente, porque não quisemos apoiar as manifestações contra o governo no ano passado. Eles são declaradamente pró-impeachment (de Dilma Rousseff)”, acrescentou às 23h49. “Ok”, terminou Moro.

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O deputado Val disse não se lembrar dessas manifestações no condomínio de Zavascki e que entende a crítica de Moro ao MBL na época. Também declarou nunca ter havido “faíscas” entre o MBL e os procuradores da Lava Jato.

Para Val, os vazamentos das conversas de Moro pelo Telegram não afetam a integridade do ministro da Justiça que, em sua opinião, tem capacidade técnica e apoio popular para continuar no cargo. Porém, devem arrefecer a tramitação do pacote anticrime, especialmente caro ao governo de Jair Bolsonaro.


Conheça os detalhes da história de Sergio Moro no podcast Funcionário da Semana:

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