O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se nesta terça-feira com a bancada de senadores do PT. Ele foi recebido para um almoço na casa do ministro Paulo Bernardo (Comunicações) e da senadora Gleisi Hoffmann (PT). O prato principal era a reforma política, mas alguns parlamentares ouvidos pelo site de VEJA confirmaram que Lula tratou também da questão que mais preocupa o PT atualmente: a crise no governo provocada pelas denúncias contra o ministro Antonio Palocci (Casa Civil).
Lula pediu à bancada que aja de forma unida e que mantenha a blindagem ao ministro no Congresso. “Ele disse que o importante é que nós estejamos a defender um companheiro que age com seriedade. Temos razões para confiar no procedimento dele”, disse Eduardo Suplicy (SP).
A tese sustentada pelos petistas é a de que Palocci irá se explicar à Procuradoria Geral da República, que pediu informações ao ministro.”Como houve essa representação, o ministro terá a oportunidade de se explicar”, afirmou o líder da bancada, Humberto Costa (CE). Não por acaso, logo que deixou o encontro, ele seguiu para o Senado e subiu à tribuna da casa para defender Palocci.
Palocci multiplou por 20 o seu patrimônio nos últimos quatro anos, quando paralelamente à sua atuação como deputado federal manteve uma empresa de consultoria, a Projeto. Em 2006, o faturamento da empresa foi pouco superior a 100.000 reais. Em 2010, saltou para 20 milhões de reais, sendo que o grosso dos recursos (10 milhões de reais) entrou nos cofres da Projeto nos dois últimos meses daquele ano, quando Dilma Rousseff já estava eleita e Palocci ocupava uma posição de destaque no grupo de transição que preparava as medidas do novo governo.
Havia uma grande expectativa entre os petistas de que o ex-presidente desse uma declaração pública de apoio Palocci. Mas Lula evitou se pronunciar sobre o caso.