O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o primeiro presidente da República do Brasil preso por crime comum. Condenado a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro, ele ficará detido em uma sala especial da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Antes de Lula, cinco ex-presidente da República foram presos, só que por motivações políticas. As prisões começaram com Hermes da Fonseca, em 1922, acusado de conspiração pelo então presidente Epitácio Pessoa. Café Filho, que ficou no poder entre 1954 e 1955, passou pelo cárcere duas décadas antes, por advogar em prol de representantes de movimentos sociais. Arthur Bernardes, nos anos 1930, acabou derrotado na Revolução Constitucionalista, foi preso e exilado. Destino parecido teve Washington Luís, que liderou o país entre 1926 a 1930: foi detido com o golpe de Getúlio Vargas em 1930, conseguiu negociar sua libertação e ficou exilado até 1947. Completa a lista Juscelino Kubitschek, que saiu do poder em 1961 e teve os direitos políticos cassados no Golpe de 1964. Quando o Ato Institucional nº 5 foi instaurado, ele ficou preso durante alguns dias, em 1968.
No caso de Lula, ele foi condenado após acusação de ter sido beneficiado com o repasse de 3,7 milhões de reais para a compra e reforma do triplex no Condomínio Solaris em Guarujá (SP). Deste valor, uma parte teria sido utilizada para o armazenamento, entre 2011 e 2016, de presentes que Lula recebeu durante os mandatos como presidente.
De acordo com a denúncia, as reformas feitas no imóvel pela construtora OAS, como a instalação de um elevador privativo, eram parte de pagamento de propina da empreiteira a Lula por supostamente tê-la favorecido em contratos com a Petrobras.