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Lula é destaque na estreia dos programas eleitorais nos maiores estados

Imagem do ex-presidente foi explorada por candidatos do PT em SP, RJ, MG e RS; a exceção foi a Bahia, onde Rui Costa apenas mostrou Haddad discretamente

Por Estêvão Bertoni Atualizado em 31 ago 2018, 19h56 - Publicado em 31 ago 2018, 19h54

Entre os cinco maiores colégios eleitorais do país, Luiz Inácio Lula da Silva esteve em São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, 31, primeiro dia de horário eleitoral na TV. O ex-presidente só não apareceu na propaganda política de seu partido na Bahia, estado que o PT comanda desde 2007 e onde o governador Rui Costa, que tenta a reeleição, lidera com larga vantagem sobre os demais candidatos –tem 50% das intenções de voto segundo pesquisa Ibope de 22 de agosto.

Costa, que tenta manter o poder no quarto maior colégio eleitoral do país, com 10,3 milhões de eleitores, preferiu ressaltar seus feitos nos últimos quatro anos a expor seu cabo eleitoral. Tentou mostrar que tem apoio popular, que sempre foi movido a desafios e que, se não fosse a crise econômica no país, “teria feito muito mais”.

Sua estratégia consistiu em não utilizar o vermelho do PT nem a estrela do partido, desconfigurando as marcas tradicionais da legenda. Fernando Haddad (PT), vice na chapa de Lula, foi mostrado brevemente ao final do programa.

Já o candidato da oposição, Zé Ronaldo (DEM), associou sua imagem à de ACM Neto, prefeito de Salvador. Ele também ressaltou sua carreira política como prefeito de Feira de Santana, que comandou por quatro vezes, e levantou a bandeira da “honestidade”. “Não roubo e não deixo roubar, moro na mesma casa há 44 anos, criei a Lei da Ficha Limpa Municipal e reduzi meu salário de prefeito duas vezes”, afirmou. Ele também aproveitou para apresentar sua vice que integra o MBL (Movimento Brasil Livre), a médica Mônica Bahia. Na propaganda, ela prometeu “lutar pelas mulheres”.

São Paulo

No maior colégio eleitoral do país, com 33 milhões de eleitores, Lula foi mostrado ao lado de Luiz Marinho (PT), cuja trajetória foi narrada pelo ex-presidente em cenas gravadas antes de sua prisão, ocorrida em abril deste ano. Ele cumpre pena em Curitiba (PR) após ter sido condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.

O ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), que lidera a corrida no estado tecnicamente empatado com Paulo Skaf (MDB), apostou em estratégia já utilizada nas eleições de 2016, quando bateu Fernando Haddad na capital paulista. Ele se vendeu como alguém que trabalha incansavelmente desde os 13 anos de idade –percorrendo um caminho de mero estagiário a empresário de sucesso. “Agora é hora de assumir um projeto ainda maior”, afirmou, ao justificar a renúncia à Prefeitura de São Paulo para tentar assumir o Governo do Estado, onde, diz, terá mais “forças” e “recursos”.

Skaf atacou justamente o que considera uma “falta de compromisso” do tucano, afirmou que a população está cansada da “falta de palavra” e lembrou sua trajetória como presidente do Sesi e do Senai. Já Márcio França (PSB), que concorre à reeleição, apresentou-se como “o novo governador” e disse ser “diferente” dos demais candidatos.

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Minas

O governador Fernando Pimentel (PT) abriu seu programa usando um discurso feito pela ex-presidente Dilma Rousseff, que é favorita na corrida ao Senado em Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país, com 15,7 milhões de eleitores. Em sua fala, ela afirmou que o “golpe” contra o seu governo tem “dois dos principais protagonistas” no estado: “um que perdeu a eleição [Aécio Neves] e outro que destruiu o orçamento do estado de Minas e entregou ao Pimentel um governo falido [Antonio Anastasia]”. “Nós vamos lutar juntos contra eles”, disse.

Pimentel buscou acirrar a rivalidade entre petistas e tucanos. “Vale a pena estar do lado certo, do lado do povo, do lado do Lula, do lado da Dilma. Vamos fazer a campanha do jeito que nós sabemos, de casa em casa, de rua em rua, de bairro em bairro, e mostrando o que foi o governo do Lula e o governo da Dilma”, afirmou.

O atual governador mineiro está em segundo na corrida eleitoral, com 14% das intenções de voto, dez pontos percentuais a menos que Anastasia (PSDB), de acordo com pesquisa Ibope de 29 de agosto.

O senador tucano, por sua vez, tentou mostrar no primeiro programa sua carreira como advogado e ex-governador de Minas e, embora tenha citado Aécio Neves como alguém que o chamou no passado para “resolver a crise” no estado, ressaltou que tem um nome próprio, tentando se descolar do colega de partido, cuja imagem foi manchada por denúncias de corrupção.

Rio

No Rio, o terceiro maior colégio eleitoral do país, com 12,4 milhões de eleitores, Lula marcou a propaganda de Marcia Tiburi (PT). A candidata petista afirmou que deseja governar o estado como Lula governou o país. Tiburi, porém, tem apenas 2% das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope de 20 de agosto. A disputa pelo governo, por enquanto, fica entre Romário (Podemos), com 14%, Eduardo Paes (DEM) e Anthony Garotinho (PRP), com 12% cada um, de acordo com o mesmo levantamento.

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O ex-jogador ressaltou em sua propaganda a origem na favela que, segundo ele, o faz entender melhor que os outros candidatos as dificuldades dos mais pobres. Paes mostrou realizações de sua passagem pela Prefeitura de Rio. Já Garotinho apresentou um vídeo sobre sua vida, sem falar diretamente com o eleitor.

Rio Grande do Sul

Lula também foi explorado no Rio Grande do Sul pelo candidato ao governo Miguel Rossetto (PT), que aparece em segundo lugar na pesquisa Ibope de 17 de agosto, com 8%, empatado com Eduardo Leite (PSDB). Ele usou imagens do ex-presidente em visita ao estado antes da prisão e uma fala do líder petista dizendo esperar que Rossetto seja eleito governador. Rossetto reafirmou o lema petista de que “Lula é uma ideia”.

O atual governador José Ivo Sartori (MDB), que lidera a pesquisa Ibope com 19%, preferiu alertar seus eleitores contra as “promessas fáceis” dos adversários e afirmou que “gastar mais do que se ganha nunca deu certo”, ao tentar justificar a crise econômica pela qual passa o estado.

Já Leite mostrou sua casa, falou dos benefícios de seu governo quando foi prefeito em Pelotas e prometeu reduzir o estado “onde ele atrapalha” e fazê-lo mais presente onde faz falta, como nas áreas da saúde, educação e segurança.

Com 8,3 milhões de eleitores, o Rio Grande do Sul é o quinto mais colégio eleitoral do país.

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