Justiça manda soltar ex-gerente da Petrobras
Juiz Sergio Moro determinou que o ex-gerente da Petrobras Celso Araripe, suspeito de ter recebido 3 milhões de reais em propina, seja libertado
O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou nesta sexta-feira que o ex-gerente da Petrobras Celso Araripe seja colocado em liberdade. Araripe é suspeito de ter recebido 3 milhões de reais em propina para facilitar a aprovação de aditivos em contratos para a construção da sede na estatal em Vitória (ES). Ele estava preso preventivamente e agora terá de cumprir medidas alternativas à detenção, como ficar proibido de deixar o país ou de mudar de endereço sem autorização prévia.
O juiz Moro tomou a decisão de revogar a prisão do ex-dirigente da Petrobras após a defesa ter apresentado justificativas para os milhões de reais que transitaram pela conta do acusado. Segundo os delatores Dalton Avancini e Eduardo Leite, ligados à empreiteira Camargo Correa, a empresa Freitas Filho Construções Ltda. foi utilizada como o canal para o pagamento de dinheiro sujo depois de o consórcio OCCH, formado pela Odebrecht, Camargo Correa e Hochtief do Brasil, ter subcontratado os serviços da empresa Freitas Filho nas obras do prédio da Petrobras em Vitória. Mas os advogados de Araripe alegam que os valores repassados à companhia não são propina, e sim resultado da venda de um imóvel pelo ex-gerente à empresa no valor de 1,35 milhão de reais.
Em seu despacho, Moro afirmou que a versão da defesa do ex-gerente da Petrobras apresenta “inconsistências” e “pontos obscuros”, mas entendeu que a prisão poderia ser revogada “diante da apresentação de uma possível causa lícita para as transferências entre a Freitas Filho/SulBrasil e Celso Araripe”.