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Justiça absolve Geddel de tentar impedir delação de Funaro

Para juiz, não ficou provado que ligações de ex-ministro para mulher de doleiro tinham objetivo de impedir que ele fizesse um acordo com a Procuradoria

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2018, 19h46 - Publicado em 4 jul 2018, 19h23

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, absolveu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) da acusação de tentar coagir o doleiro Lúcio Funaro a fim de evitar que este firmasse um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

Na denúncia, o MPF citava ligações de Geddel para Raquel Pitta, esposa do doleiro, que teriam servido para que ele perguntasse sobre a vida de Funaro enquanto ele estava preso e sondar a existência de planos para uma possível delação, certo de que esta o envolveria.

O juiz não aceitou as argumentações da Procuradoria. “Não há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel, de maneira furtiva, indireta ou subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização criminosa”, escreveu Vallisney, na sentença assinada nesta quarta-feira, 4.

Em depoimento, Funaro disse considerar que a ofensiva de Geddel demonstrava que ele podia causar retaliações a si e a sua família, seja por avaliar que o ex-ministro tinha grande influência no governo Temer ou por ele ser “amigo íntimo” do atual presidente. “Ele considerava possível que Geddel ou outros ligados a ele pudessem exercer influências políticas sobre algum órgão ou até mesmo o Poder Judiciário, a fim de prejudicar o declarante no caso de resolver firmar acordo de colaboração premiada”, diz trecho da acusação.

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Para absolver Geddel, Vallisney também disse não considerar ser do perfil de Funaro se dobrar às possíveis ameaças do ex-ministro. “Levo em consideração, ainda, o fato de que Lúcio Funaro […] sempre mostrou independência, altivez e destemor, seja nas audiências das quais participava, seja pelo fato de estar sempre amparado por qualificados advogados, não parecendo, num juízo presumível, ser pessoa que se dobra facilmente, que se atemoriza ou fica sob o grilhão ou controle emocional de outra pessoa ou grupo.”

Desde setembro do ano passado, o ex-ministro está preso investigado de pagamento de propinas na Caixa Econômica Federal, da qual foi vice-presidente, e de ter a posse oculta de 51 milhões de reais em dinheiro vivo encontrados em um apartamento em Salvador. Ele, o irmão, deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), e a mãe de ambos, Marluce Vieira Lima, viraram réus na investigação sobre o valor. Geddel também é réu no processo conhecido como “quadrilhão do MDB”, denúncia de atuação ilícita sistemática na bancada do partido na Câmara dos Deputados.

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