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Para João Amoêdo, ataque a Bolsonaro atrapalhou sua campanha

Candidato do Novo também afirmou 'ter dificuldade' em apoiar presidenciável do PSL ou Fernando Haddad (PT) em um eventual segundo turno

Por Leonardo Lellis Atualizado em 19 set 2018, 19h27 - Publicado em 19 set 2018, 10h39

O candidato do Novo à Presidência da República João Amoêdo reconheceu nesta quarta-feira, em entrevista ao Fórum Amarelas ao Vivo, promovido por VEJA, que o ataque sofrido pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) atrapalhou a sua campanha. Ambos disputam o mesmo eleitorado, mais identificado com a direita. Amoêdo vinha em uma crescente nas pesquisas de intenções de voto, movimento que estancou após o atentado contra seu concorrente, que disparou na liderança. O candidato do Novo também criticou o crescimento de Fernando Haddad (PT), que se isola na segunda posição.

“Houve por parte dos eleitores uma polarização, o que eu acho muito ruim. Eu não sei quais são as propostas dos dois principais candidatos. A ideia de se antecipar o segundo turno para o primeiro é muito ruim. Até porque propostas como a do Novo é mostrar que é interessante trazer outras pessoas para o debate e sair dessa tradição de votar no menos pior. É negativo como um todo”, afirmou em entrevista conduzida pelos jornalistas Daniel Bergamasco, editor especial, e Mauricio Lima, redator-chefe de VEJA. O candidato também descartou abrir mão de sua candidatura em eventual aliança de centro.

O presidenciável também afirmou ter dificuldade em apoiar qualquer um dos dois no segundo turno que se desenha. “Não deveríamos tomar decisões com base em pesquisa. Tenho muita dificuldade em apoiar Haddad ou Bolsonaro. Não vejo eles capazes de fazer um governo para melhorar o Brasil. O PT colocou o país na pior recessão da história, envolveu-se com o mensalão e o petrolão. Por outro lado, a outra pessoa está há 29 anos no Congresso e não consigo ver nenhuma realização. Só consigo me lembrar dele brigando com a Maria do Rosário e o Jean Wyllys, deputados federais, e elogiando um torturador”, disse, em referência ao voto de Bolsonaro no impeachment de Dilma Rousseff em que elogiou o coronel Brilhante Ustra.

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Amoêdo também afirmou que não acha necessário ter experiência na gestão pública para chefiar o país. “Muitos dos meus adversários estão na área pública há muito tempo e não tem boa capacidade de gestão.” Para garantir governabilidade, ele aposta em reuniões abertas de negociação com o Congresso. “Presidente tem que dar o tom da negociação e dar o exemplo.”

O candidato detalhou na entrevista as bandeiras de seu partido, que prega a privatização de todas as estatais e uma menor participação do Estado na economia. Na área tributária, ele criticou a proposta defendida por Paulo Guedes, economista de Bolsonaro, sobre a volta de um imposto como a CPMF — o presidenciável propõe uma simplificação fiscal, visando a um único imposto de valor agregado.

Ele ainda acha necessário continuar as discussões sobre a reforma da Previdência iniciadas pelo governo de Michel Temer (MDB) e disse que faria muitas coisas parecidas com a proposta que já foi apresentada: aumento da idade de aposentadoria para 65 anos, igualando homens e mulheres; adotar um tempo mínimo de contribuição de 40 anos; desindexar os reajustes de benefícios previdenciários do salário mínimo e adotar os mesmos critérios para funcionários da área pública e privada.

Primeiro participante da série de entrevistas promovidas por VEJA, Amoêdo também explicou uma declaração que deu sobre a necessidade de combater a pobreza em vez da desigualdade. “Na igualdade, todos podem ser mais pobres. Temos que combater a desigualdade em termos de oportunidade.” O presidenciável também reafirmou sua posição contra a descriminalização das drogas e do aborto além dos casos previstos em lei.  Por outro lado, o candidato se diz favorável ao porte de armas para legítima defesa.

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Ex-executivo dos bancos Unibanco e Itaú-BBA, o carioca João Dionisio Filgueira Barreto Amoêdo, 55 anos, fundou o Partido Novo em 2011 e disputa a Presidência da República pela primeira vez. Com um discurso liberal e favorável a privatizações, Amoêdo é o mais rico entre os treze presidenciáveis – ele declarou ao TSE um patrimônio de 425 milhões de reais.

Com apenas cinco segundos no horário eleitoral e sem direito a participar de debates na TV aberta, João Amoêdo aposta na campanha via redes sociais para se apresentar ao eleitor e crescer nas pesquisas de intenção de voto. Para isso, ele disponibilizou 120.000 reais mensais ao impulsionamento de conteúdos seus no Facebook. Conforme o mais recente Datafolha, o candidato do Novo tem 3% das intenções de voto. Seu vice é o cientista político Christian Lohbauer, de 51 anos.

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