Irmão de Assad é preso em novo desdobramento da Lava Jato no Rio

Empresário foi denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica por intermediar pagamentos de propina no esquema da Eletronuclear

Por Eduardo Gonçalves SEGUIR SEGUINDO Atualizado em 10 ago 2016, 11h09 - Publicado em 10 ago 2016, 09h51

O empresário Samir Assad chega na sede da Superintendencia Regional da PolÌcia Federal, após ser preso durante a Operação Irmandade - 10/08/2016 (Edilson Dantas/Agência O Globo)

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira o empresário Samir Assad na Operação Irmandade, um novo desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Samir é irmão do empresário Adir Assad, que já foi condenado na Lava Jato e está preso preventivamente acusado de intermediar pagamentos ilícitos da empresa Delta, esquema apurado pela Operação Saqueador.

Os dois irmãos foram denunciados nesta quarta pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por terem criado e operacionalizado uma rede de empresas de fachada que, por meio de contratos fictícios, lavou cerca de 176 milhões de reais para a Andrade Gutierrez. Segundo as investigações, esse dinheiro foi usado em pagamento de propina a diretores da Eletronuclear na construção da usina de Angra 3, em obras de estádios da Copa do Mundo de 2014, e em contratos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Ferrovia Norte-Sul.

Os dois irmãos também já apareceram nas planilhas da Odebrecht, apreendidas pela Lava Jato, com os codinomes de “kibe” e “esfirra”.

A prisão de Samir foi decretada pelo juiz federal da 7ª Vara Federal Criminal Marcelo Bretas com base na denúncia do MP, que o acusa de 223 crimes de lavagem de dinheiro. Além dos dois irmãos, foram denunciadas mais 9 pessoas, entre elas executivos e funcionários das empresas de fachada e dirigentes da Andrade Gutierrez. Em nota, o MP destacou, no entanto, que os empreiteiros estão colaborando com as investigações.

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A procuradoria afirma que os dois irmãos constituíam o “núcleo financeiro” do esquema, responsável por produzir contratos falsos e notas fiscais frias por meio de uma cadeia de empresas fantasmas, entre elas a Legend Engenheiros Associados, SP Terraplenagem, JSM Engenharia e Terraplenagem e Alpha Taxi Aéreo Ltda.