Investigador investigado
Deltan Dallagnol: referência a "panelinha" no STF rendeu processo administrativo disciplinar ao procurador
Coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol responderá a processo administrativo disciplinar por ter criticado os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Por 10 votos a 4, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu instaurar um procedimento contra Dallagnol em razão de sua afirmação, durante entrevista, de que os três magistrados formavam uma “panelinha” contra a Lava-Jato e tomavam decisões que passavam à sociedade “uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”. As críticas do procurador levaram o corregedor do MP, Orlando Rochadel, a instaurar, a pedido de Dias Toffoli, o atual presidente do Supremo, um procedimento para apurar se houve violação do dever funcional por desrespeito às autoridades. Em defesa enviada ao conselho, Dallagnol afirmou que “calar a verdade e críticas fundadas, ditas contra poderosos, é próprio de ditaduras, não de democracias”.
Publicado em VEJA de 1º de maio de 2019, edição nº 2632
Qual a sua opinião sobre o tema desta reportagem? Se deseja ter seu comentário publicado na edição semanal de VEJA, escreva para veja@abril.com.br