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‘Guedes é mais sensível a bancos do que aos mais humildes’, diz Ramos

Presidente da comissão especial que analisa a reforma da Previdência na Câmara rebate críticas do ministro ao parecer do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP)

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jun 2019, 20h32 - Publicado em 14 jun 2019, 20h23

Depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, acusar o Congresso de ter cedido a pressões corporativas no relatório da reforma da Previdência, nesta sexta-feira, 14, o presidente da comissão especial da Câmara que analisa as mudanças nas aposentadorias, Marcelo Ramos (PL-AM), rebate e afirma que Guedes é “mais sensível aos interesses dos bancos do que os das pessoas mais humildes”.

“Todos sabem que o ministro Paulo Guedes é muito mais sensível aos interesses dos bancos do que aos interesses das pessoas mais humildes do país. É natural uma declaração dele nesse sentido, é coerente com o que ele pensa de país, de economia, com a visão de mundo dele”, disse o presidente da comissão especial a VEJA.

A declaração de Marcelo Ramos se refere à posição de Guedes de incluir entre suas críticas à proposta do relator da reforma na comissão especial, Samuel Moreira (PSDB-SP), o aumento de 15% para 20% na Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. O ministro disse que já esperava que o texto, apresentado nesta quinta-feira, 13, retirasse as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nas aposentadorias rurais. Em seu parecer, Moreira estimou que o texto levará a uma economia de 913,4 bilhões de reais em dez anos, valor que Guedes contestou.

“Isso aí [913,4 bilhões] estão pegando imposto, botando imposto sobre banco. Isso é política tributária. Estão buscando dinheiro de PIS/Pasep, mexendo em fundos. Estão botando a mão no dinheiro do bolso dos outros”, declarou o ministro da Economia, para quem o texto levará à poupança de 860 bilhões de reais em dez anos.

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Guedes, que queria ao menos 1 trilhão de reais economizados em uma década, disse ainda que se o Congresso aprovar o parecer, “abortará” a Nova Previdência, já que não haveria espaço para o lançamento do regime de capitalização para os trabalhadores mais jovens.

“Pressões corporativas de servidores do Legislativo forçaram o relator a abrir mão de 30 bilhões de reais (de economia fiscal) com eles, que já são favorecidos. Recuaram na regra de transição (para os servidores). Como ia ficar feio recuar só para os servidores, estenderam (a mudança) para o regime geral. E aí isso custou 100 bilhões de reais”, disse Guedes.

A VEJA, Marcelo Ramos afirmou que foi o governo, no caso das aposentadorias dos militares, que cedeu “absurdamente” a pressões corporativas. Alterações no regime previdenciário das Forças Armadas serão analisadas em um projeto à parte. Para ele, o parecer de Moreira está equilibrado e a reforma, “blindada das crises, tanto do governo como da oposição”.

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“A Câmara tem responsabilidade com o país e não vamos permitir que esse momento bom da reforma da Previdência, com um relatório que conseguiu encontrar o justo equilíbrio entre uma potência fiscal na casa de 1 trilhão, preservando o direito dos mais humildes e chamando os bancos à responsabilidade também com o ajuste fiscal”, declarou.

Apesar das críticas às declarações do ministro da Economia, o presidente da comissão especial elogiou as afirmações do presidente Jair Bolsonaro sobre “ceder para aprovar o possível” na reforma, posição que, em sua avaliação, “ajuda bastante na formação da maioria na Câmara”. “Vamos fazer todos os esforços para que a reforma seja votada ainda nesse semestre”, afirma.

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Mais cedo nesta sexta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia rebatido Paulo Guedes e dito que o governo é uma “usina de crises”. “Nós queremos deixar claro que essa usina de crises que se tornou nos últimos meses o governo não vai chegar à Câmara. Nós vamos blindar a Câmara”, afirmou Maia ao canal GloboNews.

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