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Governo muda estratégia e planeja programas de rádio e TV regionalizados

Medida acontece num momento em que a comunicação do governo é alvo de ruídos e críticas

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Gustavo Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 jul 2024, 17h34

Além das entrevistas do presidente, intensificadas nas últimas semanas, o governo Lula planeja desenvolver campanhas para o rádio e a televisão direcionados para cada uma das 27 unidades da federação do país.

A estratégia se dá num momento em que a comunicação do governo é alvo de ruídos – sejam eles provocados pelo próprio presidente em suas declarações ou pela avaliação de que os avanços do governo não estão sendo apresentados da maneira correta para a população.

Por isso, em busca de aumentar o alcance das propagandas, a Secretaria de Comunicação trabalha para criar 27 campanhas regionais, recorrendo a locutores locais e a imagens específicas de cada região.

“A gente vai trabalhar muito essa ideia de que 2023 era o ano de plantio e agora é o ano da colheita”, disse a VEJA o ministro Paulo Pimenta, que chefia a Secom desde o início do governo Lula, mas agora divide a função com o trabalho na Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, para onde foi indicado para ajudar a reerguer o estado devastado pelas chuvas.

Pimenta contou que já se deparou com a resistência de uma rádio baiana, por exemplo, a transmitir um programa que tinha um locutor com sotaque gaúcho.

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“Eu perguntei para o presidente de uma emissora: ‘Vocês estão usando o nosso spot?’. Ele falou que não, e eu disse a ele que o programa era muito bom. E ele: ‘O senhor já ouviu rádio na Bahia? O senhor pega um camarada com sotaque do Sul e [ele entra] no meio de uma programação da Bahia. Pensa o contrário: o senhor está lá no Rio Grande do Sul em uma rádio e entra um baiano ou uma baiana falando. Não ia parecer esquisito?’”, disse Pimenta.

‘Fé no Brasil’ de volta

O governo também voltou a colocar na rua a campanha ‘Fé no Brasil’. De acordo com Pimenta, a peça tem como objetivo “despolarizar” o país, fazer a população “baixar as armas” e ter a confiança de que a vida do brasileiro vai melhorar – contrariando a versão de que o slogan visava uma aproximação com o público evangélico, mais refratário ao governo.

“Fé é uma palavra muito forte no Brasil. Não é usada só na religião. É também na religião, mas a ideia da fé tem a ver com esperança, com confiança, de que a gente está no rumo certo. Então a ‘Fé no Brasil’ é um complemento, a gente está no rumo e é um só povo e um só país. E, evidentemente, ela também dialoga com outros segmentos”, afirma o ministro.

Pimenta contou que assim que foi lançada aconteceu a tragédia no Rio Grande do Sul, em maio deste ano, o que fez com que a campanha fosse suspensa porque “não tinha sentido naquele momento”. Com a avaliação de que o momento mais dramático para os gaúchos já passou, a peça voltou a rodar no fim do mês passado.

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