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Governo Lula se curva ao peso da pauta de costumes

Pegos de surpresa pelos resultados das pesquisas, auxiliares do presidente reconhecem que só a economia não basta para garantir popularidade

Por Daniel Pereira 17 mar 2024, 19h20

Antes de as pesquisas mostrarem o desgaste da imagem do governo, predominava na equipe de Lula a avaliação de que resultados positivos colhidos numa série de indicadores econômicos,  como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), do emprego e da renda do trabalhador, blindariam a popularidade do presidente e da gestão do PT.

O levantamento da Genial/Quaest deu um choque de realidade na tropa do Palácio do Planalto. Do total de entrevistados, 38% disseram que a economia piorou nos últimos doze meses, e apenas 26% afirmaram que melhorou. Foi uma inversão do quadro, já que, em dezembro passado, 34% declararam que a economia havia melhorado, enquanto 31% responderam o contrário.

Em reação a esse cenário, alguns petistas reclamaram de uma suposta “dissonância cognitiva” do povo, que não estaria percebendo as conquistas econômicas ou dando o devido crédito ao governo por elas. Já outros quadros, de perfil mais técnico, responsabilizaram o aumento do preço dos alimentos pela deterioração das expectativas da população. É uma discussão importante, mas aborda apenas um aspecto do problema.

Pânico moral

Pegos de surpresa pelo derretimento da imagem do governo, assessores do presidente finalmente compreenderam que, mesmo se houvesse certo entusiasmo com os rumos da economia, a popularidade de Lula e do governo poderia perder fôlego, como de fato ocorreu. Motivo: num país polarizado como o Brasil, outras questões ganharam relevância.

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Segundo a AtlasIntel, os principais problemas apontados pela população são “criminalidade e tráfico de drogas” e “corrupção”,  temas usados como munição pelo grupo de Jair Bolsonaro na disputa política. Só em terceiro lugar, com uma quantidade bem menor de menções, aparece o quesito “pobreza, desemprego e desigualdade social”, cujo combate é citado como prioridade por Lula.

Há ainda o peso, cada vez maior, da pauta de costumes. Com a ajuda das redes sociais, a extrema-direita tem lançado mão de uma pauta moral, na qual se destacam assuntos como o aborto e as drogas, para fustigar o presidente. A rejeição a Lula entre os evangélicos, por exemplo, bateu recorde e chegou a 62%, de acordo com a Genial/Quaest. 

Um dos mais antigos e influentes conselheiros de Lula reconhece que o bolsonarismo tem sido bem-sucedido em espalhar “pânico moral” nas redes sociais para desgastar a gestão petista, que, por sua vez, ainda não encontrou uma estratégia adequada para neutralizar a ofensiva adversária. Esse é um dos principais nós que o governo precisa desatar a fim de reverter a queda de popularidade.

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