Uma troca e agressões físicas e verbais no Aeroporto Internacional de Natal (RN) nesta última sexta-feira está virando caso de polícia e de pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, desembarcou na cidade ao lado do deputado federal Fernando Mineiro (PT-RN) quando recebeu uma série de perguntas do influencer digital Mathues Faustino, ligado ao MBL. A confusão foi filmada e viralizou na internet.
No vídeo aparece o deputado Fernando Mineiro dando um tapa no telefone celular de um rapaz que acompanhava Faustino. O influencer, que esperou a chegada da deputada no estado, fez perguntas a Gleisi sobre os feminicídios no país.
A presidente do PT não respondeu às perguntas de Faustino, momento em que o influencer lembrou que ela foi a primeira senadora ré na Operação Lava-Jato. Gleisi foi absolvida nas investigações da Lava-Jato, sobre recebimento de propina. O único inquérito que Gleisi responde no Supremo Tribunal Federal, que foi aberto em 2015 e está há dois anos na mesa do relator, é por receber propina no esquema de desvios de dinheiro do Ministério do Planejamento. A Polícia Federal concluiu que Gleisi recebeu dinheiro da empresa Consist.
Ao longo do bate-boca no aeroporto, após Faustino dizer que Gleisi foi a primeira senadora ré na Lava-Jato, a presidente do PT chamou o influencer de “idiota”. Faustino publicou o vídeo em suas redes sociais, mostrando que, após o tapa no celular o deputado Mineiro puxa o braço do rapaz que o acompanha e o joga no chão. Aparentemente, ninguém saiu ferido do episódio.
Após o incidente no aeroporto, Gleisi acionou a Polícia Federal para apurar o caso. Ela avisou que tomará medidas judiciais contra Faustino. “Agradeço a solidariedade que recebi em razão do ocorrido no aeroporto em Rio Grande do Norte. Quem tentou me intimidar é denunciado por vários crimes e responde a inquéritos. Serve a turma bolsonarista. Já acionamos a Polícia Federal e e estamos tomando as medidas judiciais. Terá de responder por seus crimes”, escreveu Gleisi em suas redes sociais.
O deputado Mineiro disse nas redes sociais que Gleisi foi vítima de ataques misóginos. Faustino negou que tivesse atacado Gleisi e lembrou que no aeroporto havia policiais militares e federais, que não o repreenderam. Quem tomou as dores de Faustino foi o deputado Kim Kataguiri, um dos fundadores do MBL, que hoje faz parte do União Brasil, partido onde a briga pelo controle da legenda é ainda mais feia que o incidente no aeroporto de Natal, com ameaça de morte, acusação de roubo e incêndio na casa de um dos responsáveis pela legenda. Kim disse que vai acionar o conselho de ética para apurar quebra de decoro parlamentar do colega Fernando Mineiro.