Braço-direito do ex-presidente Lula, o ministro Gilberto Carvalho deixou nesta sexta-feira o governo Dilma Rousseff depois de doze anos em Brasília. Ao contrário dos demais ministros que entregaram o cargo com agradecimentos e balanços de suas gestões, Gilberto Carvalho usou seu discurso para defender a si e aos petistas que acabaram encarcerados no julgamento do mensalão: “Não somos ladrões”, disse. “É verdade que há entre nós aqueles que tombaram e aqueles que caíram nos erros. Diferentemente de antes, cada um de nossos companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço doloroso para nós, mas pagou o preço e isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano”, afirmou.
“A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões. Eu volto para casa depois de 12 anos com minha quitinete rural e com meu apartamento, que estou devendo para o Banco do Brasil durante 19 anos. Desafio certas vestais a (comparar) a evolução patrimonial de todos eles com os nossos ministros, nossos parlamentares, nossa gente. Não vamos levar desaforo para casa. Temos dignidade”, afirmou. O petista ainda atacou o senador tucano Aécio Neves: “A quem diz que perdeu as eleições para uma quadrilha quero responder dizendo que é essa a nossa quadrilha. Para eles pobre é quadrilha, essa é a quadrilha dos pobres, que foram injustamente vencidos na história, que foram o tempo todo marginalizados e que agora estão sendo tratados minimamente com dignidade. Com muito orgulho quero dizer ‘eu pertenço a essa quadrilha’ e vamos continuar mudanças no país”, afirmou.
No segundo mandato de Dilma, a Secretaria-Geral da Presidência será chefiada por Miguel Rossetto.