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Gastão Vieira destinou emendas para feudo eleitoral no MA

Enquanto isso, candidato preterido ao cargo procura Planalto e nega acusação de pistolagem. Auxiliares usaram Google para checar ficha de pretendentes

Por Da Redação
16 set 2011, 09h00

O novo ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), deu prioridade a quatro pequenas cidades nas quais foi o candidato a deputado mais votado ao propor emendas ao Orçamento para infraestrutura turística no Maranhão. Os municípios – São João dos Patos, Araioses, São Bento e Loreto – foram beneficiados por uma emenda de 2,5 milhões de reais no Orçamento de 2011. A emenda foi apresentada no fim do ano passado, quando Gastão já havia sido reeleito e tinha em mãos o mapa de sua votação. Nas quatro cidades, ele foi o líder disparado nas urnas, com mais de um quarto dos votos válidos – em Loreto, abocanhou 41% do eleitorado.

Apesar de nenhuma das cidades serem nacionalmente famosas por suas atrações turísticas, Gastão disse que elas têm “clara vocação” para a atividade. O ministro, porém, admitiu que o resultado eleitoral influenciou a destinação dos recursos. Uma segunda emenda apresentada por Gastão, que envolve 1,5 milhão de reais do Ministério das Cidades, também beneficiou redutos nos quais ele foi o candidato mais votado: Centro Novo do Maranhão, Matões do Norte e Mirador.

Segundo o peemedebista, o Ministério do Turismo, atualmente, não exige que as cidades beneficiadas por emendas tenham atrações turísticas. Ele prometeu se esforçar para mudar essa situação, mas reconheceu que, no Congresso, não seguiu o critério técnico à risca. Como exemplo, citou a destinação de recursos para a construção de praças, com recursos do Ministério do Turismo, “em cidades onde não há lazer”.

Gastão disse que Loreto, cidade para a qual propôs a destinação de 487 500 reais, recebe “milhares de romeiros” em uma festa religiosa anual, e que precisa de infraestrutura para acolher os visitantes. São João dos Patos foi qualificada pelo novo ministro como a “capital maranhense do bordado”. Ele propôs beneficiar o município, onde teve 35% dos votos, com 975 000 reais.

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Ficha limpa? Preterido na disputa pelo comando do Ministério do Turismo, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) foi na quinta-feira ao Palácio do Planalto para dizer que é um político ficha-limpa. Munido do relatório da CPI dos Grupos de Extermínio, Júnior procurou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e jurou nunca ter mandado matar ninguém. “Isso tudo é calúnia do deputado Luiz Couto, do PT”, afirmou Júnior, numa referência a seu adversário, que foi relator da CPI de 2003 a 2005.

Depois de horas de impasse na busca de um substituto para Pedro Novais, a presidente Dilma Rousseff chegou a examinar, na quarta-feira, o nome de Júnior para o cargo. Foi informada, porém, que havia denúncias de seu envolvimento com assassinatos na Paraíba e em Pernambuco.

Apadrinhado pelo presidente do Senado, José Sarney, Gastão Vieira acabou sendo o escolhido para ocupar a cadeira de Novais. Mas Júnior, indicado pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não se conformou de perder a vaga e, ainda por cima, ficar com a pecha de ficha-suja.

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“Em nenhum momento eu achava que seria o escolhido. Afinal, quem sou eu diante de Gastão Vieira, que tem um guardião muito mais forte do que todos nós?”, comentou Júnior, em referência a Sarney. O deputado garantiu, porém, que não foi por isso que procurou Carvalho. “Eu fui ao Planalto porque tenho a obrigação moral de me defender. Tenho todas as certidões negativas em ordem e quero agora uma acareação com Luiz Couto.”

A dificuldade de Dilma para definir o sucessor de Novais expôs a fragilidade do sistema de inteligência do governo ao conferir a “ficha” dos indicados para compor a equipe ministerial. Até as 20 horas, a presidente não sabia das acusações contra Júnior e até ministros acessavam o Google, na internet, para obter informações.

Júnior afirmou que, na próxima semana, pedirá um “tira-teima” à seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Paraíba. “Quero uma audiência pública para que Couto diga por que pôs meu nome na CPI do Extermínio”, insistiu. Couto, por sua vez, procurou se desvencilhar da polêmica. “Eu nem sabia que ele era candidato a ministro”, disse o petista. “Esse rapaz tem a síndrome da raposa derrotada, que não consegue pegar as uvas e fica pondo a culpa nos outros.”

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(Com Agência Estado)

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