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Filiado ao PL, Castro pode dar ‘apoio duplo’ à Prefeitura do Rio

Ex-secretário estadual e pré-candidato do PP na cidade, Marcelo Queiroz tem a simpatia do governador, cujo partido escolheu lançar Alexandre Ramagem

Por Lucas Mathias Atualizado em 21 mar 2024, 16h28 - Publicado em 21 mar 2024, 15h04

Cobiçado por outros pré-candidatos ao Executivo carioca, o Progressistas já definiu que terá candidato próprio à Prefeitura do Rio nas eleições deste ano. Em reunião com o presidente nacional, Ciro Nogueira, e com o mandatário estadual, Dr. Luizinho, o partido bateu o martelo pela escolha do deputado federal Marcelo Queiroz. E apesar do desafio de se tornar mais conhecido entre o eleitorado carioca, o parlamentar já goza de prestígio ao menos nos bastidores da política fluminense. Não à toa, conta com a simpatia do governador do estado, Cláudio Castro, que, apesar de filiado ao PL, pode repetir neste ano a estratégia de manter “um pé em cada canoa” no pleito municipal. 

Foi o que aconteceu na eleição presidencial em 2022. Correligionário do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), Castro percorreu o estado em palanques ao lado do chefe do Executivo naquele ano, para quem pediu votos oficialmente. Mas evitou atacar seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ciente de que precisaria de uma boa relação com o petista caso ele saísse vencedor, como de fato ocorreu. Agora, deve seguir apoiando publicamente o nome até então lançado pelo PL — o deputado federal Alexandre Ramagem — como fez no primeiro evento de sua pré-candidatura, no último sábado; mas não fará esforços para impedir que aliados, o que inclui integrantes de seu governo, trabalhem para fortalecer a candidatura de Queiroz. 

A relação entre o parlamentar do Progressistas e o mandatário estadual é de proximidade. Com carreira no secretariado do estado e da capital, Queiroz chefiou, de 2019 até março de 2022, a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento no governo de Castro. Além disso, por ter boa votação na Zona Sul da cidade e perfil moderado, com discurso voltado à gestão do município, a avaliação é de que o deputado federal pode atuar como um “espelho” para Eduardo Paes (PSD), dificultando, assim, o caminho do atual prefeito, hoje tratado como franco favorito à reeleição. Queiroz também chegou a comandar, por dois anos, a Secretaria de Administração no segundo mandato de Paes na capital fluminense — o que indica que conhece bem o adversário. 

Pesa ainda a favor de Queiroz o ‘fator Ramagem’. Apesar de ser tratado hoje por seus correligionários como a escolha definitiva do PL para a disputa, há um entendimento de políticos da confiança do governador do Rio de que a candidatura do ex-delegado pode acabar naufragando — tanto por falta de apelo político, quanto pela desorganização de seu partido com a candidatura, assim como pelo fantasma de sua investigação pela PF. Ele foi alvo, em janeiro, de operação da corporação, que apura um aparelhamento da Abin, sob sua gestão, durante o governo Bolsonaro. 

Fuga do debate ideológico

O nome de Queiroz, até então, era apenas ventilado como uma alternativa à centro-direita, com o enfraquecimento dos candidatos colocados nesse campo. A partir de agora, o parlamentar se coloca de vez na disputa, com o objetivo de levar o debate eleitoral para os problemas do município, sem que o pleito se torne exageradamente nacionalizado.

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Para emplacar de vez sua candidatura, no entanto, Queiroz terá que convencer seus correligionários em um partido com perfis distintos. Até então, parte da sigla no Rio defendia, por exemplo, uma aliança com Paes. O deputado reconhece a missão que terá pela frente. 

“O primeiro desafio será unificar o partido internamente, para que não seja uma candidatura sem base. Em respeito à decisão do diretório, aguardei para intensificar meus movimentos, mas já posso voltar minha atenção inclusive para angariar o apoio de partidos que ainda não definiram seus candidatos, como União Brasil, PSDB e Cidadania”, diz Queiroz.

Filiado há 15 anos ao PP, Queiroz construiu sua trajetória política no partido, pelo qual se elegeu vereador e deputado estadual, antes de chegar à Câmara Federal para seu primeiro mandato, na eleição de 2022. E aposta no debate focado no aparato municipal e em temas do dia a dia da cidade do Rio. Ele defende, por exemplo, um olhar mais atento da prefeitura em prol do Licenciamento Ambiental, além da volta da Secretaria de Administração, para atender de maneira mais próxima às demandas dos servidores públicos. No campo da segurança pública, a instalação de novas câmeras de segurança em diferentes pontos da cidade, de acordo com o parlamentar, pode ser uma saída para evitar delitos e irregularidades nas ruas.

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