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Ex-vice-presidente da Engevix é condenado a 19 anos de prisão

Construtora de Gerson de Mello Almada desembolsou mais de 15 milhões de reais em propinas no escândalo do petrolão

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 dez 2015, 14h56

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em 1ª instância, condenou nesta segunda-feira o ex-vice-presidente da construtora Engevix Gerson de Mello Almada a 19 anos de prisão pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa. Segundo o magistrado, a construtora desembolsou 15,24 milhões de reais em propina, sendo que o custo do propinoduto acabou repassado à Petrobras por meio de preço superior à estimativa utilizada pela estatal nas obras alvo da quadrilha.

Além da condenação à cadeia e ao pagamento de multa, Sergio Moro impôs o pagamento dos mesmos 15,24 milhões de reais como valor mínimo necessário para indenização à Petrobras.

Em sua defesa, Almada tentou convencer a justiça de que foi “extorquido” pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa a pagar propina em contratos com a estatal. Ele sustentou a tese de que o então dirigente “exigia” o desembolso dos recursos e “ameaçava” os empresários.

Entre os empreiteiros investigados no escândalo do petrolão, foi o mais enfático ao afirmar que o esquema de distribuição de dinheiro sujo e fraude em contratos com a Petrobras serviam como um projeto de perpetuação de partidos políticos no poder. “O pragmatismo nas relações políticas chegou a tal dimensão que o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias”, afirmou.

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“O que ele [Paulo Roberto Costa] fazia era ameaçar, um a um, os empresários, com o poder econômico da Petrobras. Prometia causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem contrastasse seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da mega empresa com o poder político do governo”, relatou. Na sentença, o juiz Sergio Moro, porém, não aceitou a alegação de extorsão e tampouco reconheceu a colaboração do réu nas investigações, embora o executivo tenha conseguido atenuantes na pena por confissões parciais de crimes.

Além de Gerson Almada, foram condenados nesta segunda-feira o ex-diretor Paulo Roberto Costa (corrupção passiva e lavagem de dinheiro), o doleiro Alberto Youssef (corrupção passiva e lavagem) e Carlos Alberto Pereira da Costa (lavagem de dinheiro). Foram absolvidos Newton Prado Junior, Luiz Roberto Pereira, Carlos Eduardo Strauch Albero e o mensaleiro Enivaldo Quadrado – neste caso por falta de provas de que tenha praticado lavagem de dinheiro.

Quando recebeu a denúncia contra Gerson Almada e executivos da Engevix, ainda em 2014, Moro descreveu como a construtora Engevix tentou burlar a Justiça com a apresentação de contratos e notas fiscais falsas ao longo da Lava Jato. No escritório do executivo, a polícia apreendeu documentos que apontam a existência do “Clube do Bilhão” e e papéis que corroboram os acertos para fraudar licitações da Petrobras. Em decorrência do esquema criminoso, os dirigentes da Engevix pagavam pelo menos cerca de 1% sobre o valor dos contratos e aditivos à Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada à época por Paulo Roberto Costa.

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