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Ex-governador da Bahia, Waldir Pires morre aos 91 anos em Salvador

Ele estava internado no Hospital da Bahia desde a noite de quinta, com um quadro de pneumonia, onde sofreu uma parada cardiorrespiratória

Por Da Redação Atualizado em 22 jun 2018, 16h58 - Publicado em 22 jun 2018, 11h58

O ex-governador da Bahia, Waldir Pires, morreu aos 91 anos, na manhã desta sexta-feira, em Salvador. Ele estava internado no Hospital da Bahia desde a noite de quinta, com um quadro de pneumonia. Segundo a assessoria do hospital, Pires teve uma parada cardiorrespiratória por volta das 10 horas. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas o político baiano não respondeu aos esforços e faleceu em seguida.

Nascido em Acajutiba (BA), em 21 de outubro de 1926, Pires formou-se em Direito. Ingressou na política após militar no movimento estudantil, com o qual atuou nas campanhas em defesa da Petrobras.

Foi secretário de governo da gestão de Luís Régis Pacheco Pereira (1951-1955), deputado estadual e federal. Após a renúncia do ex-presidente da República Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, apoiou a posse de João Goulart, vice-presidente constitucional, cujo nome era vetado pelos ministros militares.

Após o golpe militar de 1964, teve seus direitos políticos suspensos e se exilou primeiro no Uruguai, depois, na França, onde se tornou professor da Faculdade de Direito da Universidade de Dijon e do Instituto de Altos Estudos da América Latina da Universidade de Paris, em 1968.

Após retornar ao Brasil, em 1970, retomou as atividades políticas. Em 1985, assumiu o Ministério da Previdência durante o governo José Sarney. Em 1987, foi eleito governador da Bahia, cargo que ocupou até retornar à Câmara dos Deputados, em 1990, pela segunda vez. Em 2003, foi nomeado por Lula ministro-chefe da Corregedoria-Geral da União (CGU), posto que deixou em março de 2006, para assumir o Ministério da Defesa. À frente da pasta, enfrentou a crise do setor aéreo, uma das mais graves do governo Lula.

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Repercussão

A ex-presidente Dilma Rousseff lamentou a morte do político pelo Twitter. “O Brasil perde um de seus mais valorosos e combativos filhos, um homem comprometido com a democracia e o povo brasileiro. É um dia triste para todos aqueles que lutamos e sonhamos com um Brasil mais justo. Meus sentimentos à família de Waldir Pires, ao povo da Bahia e aos amigos e companheiros do PT”, escreveu.

Também no Twitter, o presidente Michel Temer lembrou que Pires foi o primeiro governador da Bahia eleito após a redemocratização. Na época, Pires estava filiado ao PMDB, mesmo partido de Temer. “Os baianos, e os brasileiros, perdem um símbolo da política feita com ética e paixão pelo país”, escreveu o presidente.

Neto do falecido Antônio Carlos Magalhães, que foi desafeto político de Pires, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), lamentou a morte. Em sua conta pessoal no Twitter, o prefeito escreveu que o ex-governador e ex-ministro é um personagem político de relevância, que escreveu seu nome na história. “Estivemos em lados opostos, mas Waldir Pires nos deixa o exemplo de homem público que exerceu com serenidade o seu papel na política”, ressaltou o prefeito, expressando sentimentos aos parente s e amigos do ex-governador.

Correligionário de Pires, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), também lamentou. “A Bahia e o Brasil não perdem apenas um político. Waldir Pires era um exemplo de caráter e retidão, na vida pública e na vida privada. Dedicou boa parte de seus 91 anos de vida à defesa da cidadania e à construção de um Brasil melhor. Esse legado serve de herança e inspiração”, escreveu o petista.

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Companheiro de Pires nos primeiros anos do governo Lula, quando respondeu pela Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais, da Presidência da República, o ex-ministro Aldo Rebelo (Solidariedade) classificou o político baiano como “um homem honrado”.

Em nota, o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) informou que os servidores receberam com imenso pesar a notícia do falecimento do primeiro ministro a chefiar o órgão em sua atual configuração. Segundo o texto, o ex-ministro ficou conhecido pela “ampla estruturação” promovida no órgão.

“Foi responsável por coordenar a atuação das estruturas de detecção e punição na CGU, em 2003, [quando] o s mecanismos de prevenção da corrupção ganharam maior dimensão. Durante a gestão do ex-ministro, a CGU implementou importantes políticas de controle da administração pública, bem como de prevenção e combate à corrupção, com destaque para o programa de fiscalização de estados e municípios a partir de sorteios públicos”, lembra a nota do órgão, destacando que foi Pires quem assinou, em 2003, no México, a adesão brasileira à Convenção das Unidas Contra a Corrupção, incluindo a presença brasileira nos fóruns internacionais sobre o tema.

(com Agência Brasil)

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