O ex-gerente geral de Desenvolvimento de Negócios da área internacional da Petrobras Demarco Jorge Epifânio foi alvo de ação de busca e apreensão na 30ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, e, por ordem do juiz Sergio Moro, terá os bens bloqueados até o valor de 10 milhões de reais. Epifânio foi citado por delatores do escândalo do petrolão como destinatário de propinas pagas em contratos dos navios-sondas Petrobras 10.000 e Vitória 10.000.
O juiz Sergio Moro diz que “possivelmente” Demarco também tenha recebido propinas na desastrosa compra da refinaria de Pasadena, no Texas, empreendimento que representou prejuízo de 792 milhões de dólares à Petrobras, conforme cálculos do Tribunal de Contas da União (TCU). O nome do dirigente foi citado, por exemplo, pelo lobista Fernando Baiano, pelo ex-gerente Eduardo Musa e pelo ex-funcionário da empresa Agosthilde Mônaco, todos delatores da Lava Jato. “Pelo teor dos depoimentos prestados pelos colaboradores Fernando Soares, Eduardo Musa e Agosthilde Mônaco, Demarco Epifânio teria participado do grupo que recebia vantagem indevida decorrente dos contratos de fornecimento dos navios-sonda e possivelmente da aquisição da Refinaria de Pasadena”, afirmou o juiz.
“Os pagamentos envolviam, em regra, as mesmas pessoas (…) e o mesmo modus operandi, repasses das propinas por contas mantidas em nome de offshores no exterior por Fernando Soares para contas mantidas em nome de offshores no exterior pelos agentes da Petrobras”, disse Moro.
A Polícia Federal ainda está rastreando todos os valores para detectar o montante total da propina que pode ter sido embolsada por Demarco Epifânio. O ex-executivo da Petrobras, segundo a delegada Renata da Silva Rodrigues, está no exterior.