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‘Homem da mala’ da JBS se entrega à PF e é preso em São Paulo

Polícia Federal afirma que dirigentes da JBS omitiram informações relevantes em sua colaboração premiada, o que configuraria crime de obstrução de Justiça

Por Da redação
Atualizado em 10 nov 2018, 16h25 - Publicado em 10 nov 2018, 16h16

O contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, ex-funcionário do grupo J&F controlador da JBS, apresentou-se nesta sábado na sede da Polícia Federal, em São Paulo. Ele era um dos 19 alvos de mandado de prisão da Operação Capitu deflagrada nesta sexta-feira. Além de Oliveira, já estão presos o empresário Joesley Batista, dono da JBS, o ex-executivo do grupo Ricardo Saud, e os ex-ministros da Agricultura Antônio Andrade, hoje vice-governador de Minas Gerais, e Neri Geller, hoje deputado federal eleito – o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha também teve a prisão decretada, mas ele já se encontra encarcerado há mais de dois anos por outros casos da Operação Lava Jato.

A operação apura um suposto esquema de corrupção montado no Ministério da Agricultura, na época em que ele era comandado por Andrade e Geller, em 2014 e 2015, para baixar decretos e medidas que beneficiassem a companhia dos irmãos Batista.

A PF suspeita que Joesley Batista, Ricardo Saud e Florisvaldo de Oliveira, que assinaram um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, omitiram informações relevantes na sua colaboração, o que configuraria crime de obstrução de Justiça – por isso, eles foram presos. A defesa deles nega as acusações e disse que a prisão é despropositada porque eles estão colaborando com a Justiça. “Todas as informações das quais tinha conhecimento foram levadas por ele ao conhecimento da Justiça. Sem as quais não existiria a presente operação”, disse a defesa de Oliveira. Nas investigações, ele é apontado como o “homem da mala” da JBS, o encarregado de fazer as entregas do dinheiro sujo.

Segundo a PF, eles não deram informações sobre um pagamento de 50.000 reais a um deputado federal da Paraíba para a viabilização de uma medida provisória no Congresso – esse caso teria sido descoberto pelos investigadores, sem a ajuda dos delatores.

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A investigação se baseia em informações prestadas pelo operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro. Segundo ele, a JBS repassou 7 milhões de reais para o grupo político do MDB na Câmara. Desse total, Andrade teria recebido 3 milhões de reais, enquanto Cunha, 1,5 milhão.

“Todas as informações das quais tinha conhecimento foram levadas por ele ao conhecimento da Justiça. Sem as quais não existiria a presente operação”, disse a defesa de Oliveira.

(Com agência Brasil) 

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