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‘Estrela’ de CPI, Heinze pode suceder a Tereza Cristina na Agricultura

Senador, que se notabilizou por defender a cloroquina, pode assumir o ministério em arranjo político para acomodar interesses de aliados do governo

Por Leonardo Lellis, Tulio Kruse 12 mar 2022, 15h44

A iminente saída de Tereza Cristina do comando do Ministério da Agricultura aqueceu as bolsas de apostas — e aumentou as incertezas — de quem irá sucedê-la na pasta em meio à crise de fornecimento de fertilizantes desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, principal fornecedor do insumo para o Brasil. Até o fim do mês ela vai deixar o cargo para poder disputar o Senado pelo Mato Grosso do Sul.

O temor no setor produtivo é que a escolha se dê por critérios mais políticos do que técnicos. O nome mais cotado para assumir a pasta até aqui é o do ex-deputado e ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (nome formal da poderosa bancada ruralista) Marcos Montes, atual secretário-executivo da pasta. Por já trabalhar com a ministra, Montes é visto como uma opção de transição sem sobressaltos. Mas é filiado ao PSD, partido que não integra a base governista e nem apoia a reeleição de Bolsonaro

É aí que entra o componente político. Passou a circular no Palácio do Planalto o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), aliado de Bolsonaro no Congresso e conhecido por sua atuação folclórica em defesa da cloroquina na CPI da Pandemia. A nomeação teria o efeito de liberar o caminho para o ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência) disputar o governo do Rio Grande do Sul sem concorrência pelos votos da direita, já que o cargo também é desejado por Heinze. 

A escolha agradaria ao PP, dos caciques Arthur Lira e Ciro Nogueira, e ao PL, partido do presidente e futuro destino de Onyx. Outras nomes nas bolsas de apostas são o de Geraldo Melo Filho, presidente do Incra, e o ex-de­putado Nilson Leitão, presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), braço técnico da FPA. 

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A certeza é que uma mudança brusca na condução da pasta resultaria em descontentamentos no setor produtivo, que espera um trabalho de continuidade nos próximos meses. “É importante que a estrutura de base do ministério permaneça, e acho que as políticas traçadas tendem a continuar sendo desenvolvidas, independentemente de eleição”, diz o presidente do Fórum Paulista do Agronegócio, Edivaldo Del Grande. “Precisa ter bom senso e equilíbrio, seja lá quem for.”

Reportagem de VEJA desta semana mostra que a saída da ministra coincide com o momento de elevada tensão no agronegócio devido aos impactos do conflito na Ucrânia. Entre produtores e entidades representativas do agronegócio, a opinião decantada é que Tereza Cristina trouxe mais boas do que más notícias para o setor, que responde por cerca de 30% do PIB brasileiro.

A parcela mais responsável de empresários do agronegócio sempre confiou no trabalho de redução de danos executado por Tereza Cristina frente às sandices do próprio Bolsonaro (com destaque para os movimentos de afrouxamento das regras ambientais), de seus filhos e da tropa olavista na Esplanada, como o ex-ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), que dinamitou pontes com parceiros importantes, como a China.

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