O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, citou, neste sábado, 20, o envio da Força Nacional para o Ceará no início do ano como exemplo de que o governo não faz distinção entre estados do Nordeste e de outras regiões. Segundo ele, o episódio “ilustra que o Nordeste tem sido tratado sem preconceito pelo governo federal”. “Afirmações diferentes não resistem aos fatos”, completou, em seu perfil no Twitter. O presidente Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas após se referir de maneira jocosa aos governadores da região.
No início do ano, o Ceará viveu uma onda de violência nas cidades próximas de Fortaleza. Mais de 200 ataques criminosos foram realizados nos primeiros quinze dias do ano. O governo federal, a pedido do governador do estado, Camilo Santana (PT), enviou 300 homens da Força Nacional.
“Um testemunho: Em janeiro, na crise de segurança do Ceará, o presidente Jair Bolsonaro, primeira semana de governo, não hesitou em autorizar o envio da Força nacional e da Força de intervenção penitenciária e em disponibilizar vagas em presídios federais para as lideranças criminosas”, escreveu Moro.
A declaração de o ministro surge no momento em que Bolsonaro é atacado por ter se pronunciado de forma jocosa sobre os governadores do Nordeste. Em um áudio vazado de um café da manhã com jornalistas, Bolsonaro aparece dizendo ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni: “Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”. O governador em questão, Flávio Dino (PCdoB), e outros políticos nordestinos condenaram a declaração.
A cantora Alcione e outros famosos foram às redes sociais para criticar a fala do presidente Jair Bolsonaro.
Após a enxurrada de reclamações, Bolsonaro disse que fez “uma crítica em 3 segundos” e que a imprensa “fez uma festa” com a declaração. Questionado sobre se a declaração pode atrapalhar a votação da reforma da Previdência na Câmara, Bolsonaro disse que o Parlamento não “é tão raso” a esse ponto.
“Eles [os governadores do Nordeste] são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo através da desinformação manipular eleitores nordestinos”, disse o presidente.