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Empréstimo de Bumlai foi quitado com contrato da Petrobras, diz MP

Pecuarista amigo de Lula foi preso na 21ª fase da Operação Lava Jato

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 nov 2015, 11h45
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  • Os procuradores que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato afirmaram nesta terça-feira que empréstimos concedidos pelo Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram pagos com contratos da Petrobras. A 21ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira, tem como alvo principal o pecuarista: ele foi preso preventivamente, seus filhos foram levados coercitivamente para depor na PF e uma devassa foi feita em seus endereços.

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    Segundo o MP, a nova fase, batizada de Passe Livre, teve início com o depoimento de delação premiada de Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras. Nele, o ex-funcionário afirmou que foi procurado pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para conseguir um contrato ao grupo Schahin de operação do navio sonda Vitória 10.000. “Isso se referia a uma dívida que o PT tinha com o grupo. Um empréstimo que não havia sido pago”, disse, com base no depoimento dos delatores, o procurador do Ministério Público Federal Diogo Castor de Mattos.

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    A partir disso, os investigadores fizeram um pente fino para descobrir a que operação financeira se referia o delator. Eles chegaram, então, a um empréstimo de 12 milhões de reais contraído pelo pecuarista junto ao Banco Schahin, em 2004. Segundo os investigadores, a ilegalidade estaria justamente no fato de o empréstimo nunca ter sido quitado, o que indica que ele foi usado como moeda de troca para a empresa obter contratos da Petrobras.

    As denúcias de Musa foram corroboradas pelas delações do lobista Fernando Soares, o Baiano, e do empresário Salim Schahin. “[Os depoimentos] nos trouxeram mais subsídios de que o empréstimo foi quitado mediante contratação do navio sonda Vitória”, disse Mattos. O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima lembrou que esse modus operandi remete ao esquema do mensalão. “Esse empréstimo já era noticiado com [os depoimentos de] Marcos Valério no caso do mensalão. Nós vemos que há uma continuidade”, afirmou Lima. O procurador também disse que foi montado um “complexo esquema” para conferir ares de legalidade à operação, fazendo de conta que o empréstimo havia sido pago. Num desses estrategemas, Bumlai teria simulado a venda de embriões de boi a fazendas do Grupo Shahim.

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    Os investigadores também relataram estar investigando uma série de empréstimos envolvendo o pecuarista, alguns concedidos pelo BNDES a empresas de seus filhos. “Existe claramente uma veiculação política nesse primeiro empréstimo [o de 12 milhões]. A ordem que chegou aos técnicos da Petrobras era de que veio uma determinação de cima para que se resolvesse o problema da Schahin. Estamos investigando se os outros empréstimos também têm motivação política”, afirmou Lima.

    Perguntado sobre o possível envolvimento de Lula, o procurador respondeu que ainda não há nenhuma comprovação de participação do ex-presidente. “Existem notícias de que a ordem teria vindo de cima, mas essa é uma afirnação que não tem conteúdo efetivo”, disse.

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