Pelo menos 2,1 milhões de pessoas em São Paulo já enfrentam racionamento oficial de água, segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo. O número equivale a 1 em cada 20 habitantes do Estado. Ao todo, dezoito cidades adotaram o rodízio oficialmente, e outras sete chegaram a fazê-lo, mas já retomaram o fornecimento normal.
Leia também:
Reduto boêmio de São Paulo sofre com a falta d’água
O levantamento do jornal se deu entre todas as cidades paulistas com mais de 100.000 habitantes não abastecidas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e entre municípios menores que haviam decretado racionamento neste ano. Nesses locais, o fornecimento fica a cargo de prefeituras ou de empresas contratadas pela administração municipal. Nas cidades com racionamento adotado, o período sem água pode variar entre quatro horas diárias ou um dia.
Leia também:
Em oito questões, entenda a crise da água em São Paulo
Resultado de medidas da Sabesp equivale a racionamento
Câmara Municipal aprova CPI para investigar Sabesp
Há 15 meses, Cantareira perde mais água do que recebe
A cidade de Guarulhos, segunda maior do Estado, com 1,3 milhão de habitantes, adotou formalmente o rodízio – são dois dias com água para um sem. Em março, a Sabesp cortou em 15,5% o volume de água do Sistema Cantareira vendido para a cidade, abastecida pelo serviço municipal, o SAAE.
Descartado – O rodízio na região da Grande São Paulo abastecida pelo Sistema Cantareira foi descartado pelo governo do Estado. Segundo o governador Geraldo Alckmin, foi uma decisão técnica. Em fevereiro, a Sabesp lançou o programa de bônus para estimular a população a economizar, remanejou água de outros sistemas, incluindo Alto Tietê e Guarapiranga, e reduziu a pressão da água na rede à noite.
Segundo o governo, essas medidas fazem parte do Plano de Contingência 2 e resultaram em economia de 8.400 litros por segundo em junho, o correspondente a um rodízio de 72 horas sem e 36 horas com água. Embora não tenha evitado a queda do nível do Cantareira, a Sabesp afirma que o rodízio agora é “desaconselhável” e pretende usar até 300 bilhões de litros do volume morto.