Em nota, Cunha diz estar ‘absolutamente tranquilo’
Presidente da Câmara dos Deputados é investigado pelo Ministério Público da Suíça pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), divulgou nota nesta sexta-feira sobre a investigação suíça por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção, afirmando que continua “absolutamente tranquilo” e condenando a “divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara”. “O presidente desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará”, diz o texto divulgado por sua assessoria de imprensa. “O presidente continua absolutamente tranquilo, realizando seu trabalho com a mesma lisura e independência, confiando plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal”, completa. A mesma nota “reitera o teor do seu depoimento prestado à CPI da Petrobrás de forma espontânea”. Na ocasião, Cunha negou ter “qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda”.
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O Ministério Público Federal confirmou na quarta-feira que Cunha é investigado na Suíça. As autoridades de investigação suíças encontraram contras secretas do peemedebista e de familiares no país europeu. Foram congelados cerca de 5 milhões de dólares em quatro contas bancárias. Auditoria interna do banco que guarda esses valores – cujo nome não foi divulgado – foi responsável pelo informe que levou à investigação de Cunha por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Ontem, o presidente da Câmara cancelou viagem que faria à Itália, mas ignorou perguntas dos deputados a respeito do caso. “O presidente Eduardo Cunha tem ou não contas secretas na Suíça?”, perguntou da tribuna o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ). Um grupo de parlamentares do PSOL, PT, PSB, PMDB e Rede Sustentabilidade apresentou um requerimento em que pede a Cunha informações sobre eventuais contas dele e de familiares. O pedido também será apresentado à Procuradoria-Geral da República e, caso o peemedebista não se manifeste até a próxima semana, os congressistas entregarão ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara uma solicitação para que o presidente da Casa exponha os dados bancários e fiscais.
(Com Estadão Conteúdo)