‘É uma tragédia do Brasil inteiro’, diz deputada do RS sobre chuvas
Em live de VEJA, Any Ortiz relatou as dificuldades no resgate das vítimas no estado e pediu planejamento estratégico para atender a população afetada
A semana foi marcada por novas tensões entre Lula e o Congresso. Enquanto o Executivo foi ao Supremo para derrubar a desoneração da folha de pagamentos, o Senado ampliou o debate sobre risco fiscal ao apresentar pauta-bomba defendida pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco. Com a participação da deputada federal Any Ortiz (Cidadania-RS), que foi relatora de projeto de lei sobre desoneração, os colunistas Robson Bonin, Marcela Rahal e Ricardo Rangel debatem o tema na live de Os Três Poderes, nesta sexta-feira, 3, com apresentação do editor Ricardo Ferraz. As fortes chuvas que já deixam dezenas de mortos no Rio Grande do Sul também foi tema do programa.
Ao comentar a tragédia causada no Rio Grande do Sul por causa dos temporais que atingem o estado nesta semana, Ortiz afirmou que se trata de uma “tragédia do Brasil inteiro” e que a prioridade no momento “está sendo o resgate de milhares de famílias que ainda estão em zonas que não conseguem resgate”. A parlamentar também relatou a ‘apreensão’ por parte da bancada gaúcha e falou da necessidade de se ter estratégia no atendimento da população afetada.
“Além do resgate dessas pessoas, tem que ter um planejamento muito estratégico de abastecimento de cidades e localidades que já estão com falta de combustível… já tem a questão do abastecimento de comida. A água já interrompeu atendimento de hospitais. É uma situação muito preocupante e o RS precisa de atenção total do país”, afirmou.
Ela também lembrou que os alertas sobre as fortes chuvas foram dados, mas que “culturalmente o Brasil corre atrás do prejuízo e não trabalha e não faz investimentos com prevenção”. “As previsões e os alertas foram dados. Se sabia que teríamos um volume de chuva muito grande. Precisamos não só da prevenção, mas também atenção muito importante por parte do governo federal e do governo estadual para que todas as famílias tenham possibilidade de crédito”, opinou.
“O que está acontecendo é a maior catástrofe da história do Rio Grande do Sul. No que diz respeito à prevenção, eu acho que culturalmente e historicamente o Brasil corre atrás do prejuízo e não trabalha e não faz investimentos com prevenção, investimento em alerta, em aviso à população”, acrescentou.
Tragédia das chuvas
A deputada também conversa com o time de VEJA sobre a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul. Ao menos 29 pessoas morreram e sessenta estão desaparecidas devido às fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, segundo balanço da Defesa Civil. Os temporais afetaram até agora 154 cidades e deixaram milhares de desalojados. Nesta sexta, o lago Guaíba pode atingir nível recorde. Na região da serra do estado, a barragem 14 de julho, localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves, se rompeu parcialmente e o governo pediu que moradores de cidades próximas deixem a região e procurem áreas mais altas. Lula visitou o RS e se reuniu com Eduardo Leite. O presidente disse que o governo fará “tudo o que estiver ao alcance” e garantiu que não faltarão recursos para ajudar a população afetada.
Virada na contramão
Considerado um político discreto, conciliador e avesso a radicalismos, Pacheco deu uma guinada no seu estilo nos últimos meses. Primeiro com o controverso projeto, já aprovado, que criminaliza todo e qualquer porte de droga. Agora, decidiu ir na contramão do que precisa o país, ao bancar a PEC do Quinquênio, uma emenda que cria um privilégio injustificável para a elite do funcionalismo e, mais do que isso, provoca um impacto bilionário em um orçamento que demanda corte de gastos. A proposta é indefensável e prevê um reajuste de 5% a cada cinco anos para algumas categorias de servidores, causando um rombo de mais de 80 bilhões de reais nos próximos três anos. A tramitação, porém, não terá vida fácil – e com razão. Leia mais em reportagem da edição.