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Em 1ª entrevista após caso Moro, Lula afirma que ex-juiz é mentiroso

Petista diz que país 'pariu coisa chamada Bolsonaro' e põe facada sofrida pelo então candidato do PSL à presidência em dúvida

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 14 jun 2019, 11h06 - Publicado em 13 jun 2019, 23h02

Em entrevista gravada na quarta-feira, 12, e exibida nesta quinta-feira, 13, pela emissora sindical TVT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a condução de seu caso pelo então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. “Ele (Moro) estava condenado a me condenar porque a mentira havia ido muito longe”, disse. Para Lula, tanto Moro quanto o procurador Deltan Dallagnol são “mentirosos” e disse que o procurador “deveria ter sido preso”.

O ex-presidente expressou também estar sereno. “A máscara vai cair. O que vai acontecer, eu não sei”, e completou: “Eu estou mais tranquilo hoje, por que a minha tranquilidade é daquele que sabe que é honesto. Que sabe que Deus sabe que eu sou honesto. O Moro sabe que eu sou honesto.”

Instituições como a Polícia Federal, disse Lula, “não podem ser manipuladas por moleques irresponsáveis” e atribuiu a eles a culpa pela desestabilização das estatais. Segundo ele, a PF e o Ministério Público estão “a serviço de interesses americanos” e não de combate à corrupção.

É a primeira vez que o ex-presidente se manifesta depois da divulgação das supostas conversas entre o procurador da República, Deltan Dallagnol, e o ministro da Justiça – então juiz responsável pela condenação do ex-presidente -, Sergio Moro.

Bolsonaro

Lula afirmou ainda, na entrevista à Rede TVT, que o país “pariu essa coisa chamada Bolsonaro”. Segundo ele, isso foi resultado de uma série de fatos políticos que começaram com o movimento “Volta, Lula”, passando pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a chegada do então vice-presidente Michel Temer à Presidência.

O ex-presidente afirmou que, quando começou o movimento “Volta, Lula”, foi “obrigado” a fazer um discurso num evento no Anhembi, em São Paulo, falando que não era candidato, mas sim Dilma, “por direito”. Lula disse que, a partir do “Volta, Lula” e do anúncio de que não seria candidato começou a haver um afastamento dos empresários.

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Ele admitiu que poderia ter discutido a volta ao governo porque “tinha tanta vontade de fazer o que não tinha feito”, mas que a candidatura à reeleição era de Dilma, “por direito”. Lula disse, então, que na segunda campanha de Dilma, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), então candidato a presidente, “fez a bobagem que fez” de não reconhecer a vitória do PT e pedir recontagem de votos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois, afirmou, teve o impeachment, a chegada de Temer ao poder e a eleição de Bolsonaro.

O petista também repetiu teorias conspiratórias da internet ao questionar a facada levada pelo ex-deputado durante a campanha. “Aquela facada tem uma coisa muito estranha. Uma facada que não aparece sangue, que o cara (Adélio Bispo) é protegido pelos seguranças do Bolsonaro”, afirmou. O então candidato passou por duas cirurgias depois do atentado.

Nacionalismo

Lula disse ainda que general que não é nacionalista não merece ser general. Na crítica à ala militar do governo do presidente Jair Bolsonaro, Lula disse que general que aceita se subordinar a um presidente que bate continência para a bandeira dos Estados Unidos não merece ser general.

O ex-presidente disse que sempre teve uma boa relação com os militares e que é preciso ter consciência de que eles existem para defender a soberania nacional.

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Imprensa

O ex-presidente também defendeu a regulação dos meios de comunicação e fez críticas à Rede Globo. “É preciso regular os meios de comunicação, não podem poucas famílias serem donas dos meios de comunicação.”

Judiciário

Na entrevista, Lula criticou o sistema judiciário, em especial, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério Público (MP). “A bem deste País, a Suprema Corte tem que ter coragem de assumir papel de guardiã da Constituição”, e, mais tarde, disse, “eu espero que a Suprema Corte recupere o padrão de confiança que nunca pode perder”. À Operação Lava Jato, Lula teceu mais críticas: “(O procurador Deltan) Dallagnol não poderia mais pegar na Bíblia porque mentiu”.

E fez uma provocação: “Eu não precisava de advogado. Se tem um cara que não precisava de defesa sou eu, porque o meu processo é 100% decisão política. Não tem nada de processo”.

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Nesta semana, a surpreendente história de Gleisi Hoffmann, a devota mais fiel de Lula.

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