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Eleições: Bolsonaro vai esperar candidaturas do PT para definir aliados

Presidente apoiará nomes pontuais em cidades estratégicas por avaliar que seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, não estará pronto para o pleito municipal

Por Edoardo Ghirotto e João Pedroso de Campos
8 fev 2020, 23h06

O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por seus principais interlocutores a aguardar o lançamento das candidaturas do PT às eleições municipais antes de definir os políticos que apoiará no pleito deste ano. A estratégia foi montada para que Bolsonaro não sofra desgastes políticos nem eleitorais ao escolher os seus favoritos na disputa por prefeituras de capitais e outras cidades estratégicas.

Bolsonaro está ciente de que o seu novo partido, o Aliança Pelo Brasil, dificilmente ficará pronto a tempo de lançar candidatos para a eleição deste ano. Mesmo que a sigla seja regularizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dentro do prazo estipulado, Bolsonaro entende que a Aliança não terá a estrutura necessária para ingressar no pleito de forma competitiva. O acúmulo de derrotas nas esferas municipais poderia servir de munição para os rivais que classificam sua base política como frágil.

A direção nacional do PT tem convidado políticos de diversos estados para se reunirem na sede nacional do partido, em São Paulo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os encontros servem para formar consensos em torno de quais sairão as candidaturas que a sigla lançará para a disputa de outubro. Já foram realizadas reuniões para tratar das cidades de São Paulo, Recife, Salvador, Florianópolis e Curitiba.

Assim que o PT indicar seus candidatos nos grandes centros, Bolsonaro deverá anunciar apoiamentos pontuais nas cidades que julgar ter força para vencer o partido de esquerda. O presidente, no entanto, já tem algumas escolhas definidas. Em Campinas, ele irá respaldar o Tenente Santini (PSD), um velho amigo de sua família que é irmão de José Vicente Santini, o ex-número 2 da Casa Civil demitido após utilizar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB).

No Rio de Janeiro, a preferência de Bolsonaro é pelo deputado federal Otoni de Paula (PSC), que se tornou um antagonista do governador Wilson Witzel (PSC). O presidente foi aconselhado a não embarcar de jeito nenhum na candidatura de Marcelo Crivella (Republicanos), que enfrenta altos níveis de rejeição em sua busca pela reeleição.

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Uma grande incógnita é com relação à cidade de São Paulo. Bolsonaro tem preferência pela candidatura do apresentador José Luiz Datena, que passou a cogitar uma filiação ao MDB desde que abriu conversas com Paulo Skaf (MDB), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que tem se aproximado de Bolsonaro. Mas interlocutores do presidente estão descrentes com relação à disposição de Datena em concorrer ao cargo. O apresentador passou por um procedimento cirúrgico no coração e disse recentemente que iria priorizar o convívio com a família.

]Diante do impasse, emissários do presidente procuraram o pré-candidato do Novo, Filipe Sabará, para um jantar na última semana. No encontro, Sabará ouviu de uma pessoa próxima a Bolsonaro que será feita uma mobilização para buscar o apoio do capitão à sua candidatura.

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