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A nova estocada de Bolsonaro na cruzada para baixar os combustíveis

Presidente ironiza ao dizer que a Petrobras deveria parar de reduzir os preços, uma vez que a queda não se reflete nas bombas

Por Victor Irajá Atualizado em 6 fev 2020, 13h54 - Publicado em 6 fev 2020, 13h18

No embate travado com os governadores, o presidente Jair Bolsonaro voltou à carga ao comentar o preço dos combustíveis. Seu alvo, agora: os postos de gasolina. Para o presidente, a Petrobras deveria parar de reduzir o preço dos combustíveis nas refinarias, uma vez que a queda não está se refletindo nas bombas para o consumidor final, disse nesta quinta-feira, 6, ao deixar o Palácio da Alvorada. É mais uma estocada do presidente em sua cruzada para baixar os valores cobrados dos consumidores pela gasolina e pelo diesel. Apesar da crítica, ele afirmou que não interfere na política de preços da estatal e que não telefonaria — como já o fez e provocou polvorosa no mercado — para o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, para tratar do assunto.

Ao alongar a rusga com governadores sobre o preço dos combustíveis, um dia depois de afirmar que se os estados zerassem o ICMS sobre combustíveis, ele zeraria os tributos federais, Bolsonaro afirmou que, embora os Estados estejam em situação financeira ruim, a população sofre mais ao pagar caro pelos combustíveis. “Eu sei que os estados estão em seríssimas dificuldades, mas mais dificuldade que os estados é o povo, que não aguenta mais pagar 5,50 [reais] na gasolina, o caminhoneiro pagar 4,10 [reais] no litro do óleo diesel”, afirmou. “Parece que diminuiu de novo hoje o preço na refinaria, não tenho certeza ainda. Mas se diminuiu, com todo o respeito, não pode diminuir mais, porque não chega no consumidor”, afirmou.

Bolsonaro está absolutamente insatisfeito com os valores praticados no Brasil. Há sim um efeito perverso causado pelos impostos — o que não é facilmente corrigido, dada a crise fiscal enfrentada pelo país e pelos Estados. O presidente parece entender que políticas populistas não serão capazes de corrigir as deficiências do mercado nacional. Porém, não será blefando, ou com ironias, que conseguirá forçar os governadores a abrir mão de 20% das receitas dos Estados.

Na quarta-feira 5, a Petrobras anunciou que reduzirá o preço médio da gasolina nas refinarias em 4,3% e em 4,4% do diesel, a quarta redução neste ano. O que Bolsonaro esqueceu de comentar foi o motivo da redução do preço da gasolina: inflacionado desde o final do ano passado pelo atentado que acometeu as instalações da petroleira Saudi Aramco, na Arábia Saudita, em setembro, e as crescentes tensões entre os Estados Unidos e o Irã no começo do ano — desde a morte do general Qasem Soleimani, no dia 3 de janeiro —, o clima arrefeceu e as tensões nos preços dos combustíveis se mostraram passageiras. O preço, portanto, teria de ser reajustado.

E, vá lá, a afirmação de que o preço não foi refletido nas bombas não está correta. De acordo com um levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, a ANP, o valor médio do litro da gasolina para o consumidor recuou 0,3% durante esta semana, para 4,58 reais. Já o diesel teve queda de 0,58% no período, para 3,77 reais. Não é muito, mas, como provaram as pavorosas tentativas de Dilma Rousseff de controlar o preço dos combustíveis, a irresponsabilidade fiscal custa muito, muito mais. 

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