Eleição no Rio tem cara de ‘tira teima’ após oscilações agudas do eleitor
Pesquisas variaram sempre fora da margem de erro; Castro chega com gás, Freixo desidratado e Neves podendo ser fator surpresa
As eleições para governador no Rio de Janeiro foram pautadas até o dia da eleição por um comportamento errático por parte do eleitor. As pesquisas eleitorais identificaram uma disputa intensa entre o atual governador, Claudio Castro (PL), e Marcelo Freixo (PSB). No entanto, as intenções de voto variaram muito ao longo do período.
Castro, ainda bastante desconhecido do eleitorado, mas com a vantagem de contar com a máquina do estado e com o apoio dos prefeitos de 86 dos 92 municípios do Rio, começou a campanha praticamente se apresentando para a população.
Já Freixo teve o desafio de reduzir a rejeição que o fez perder as eleições municipais, em 2016, para a prefeitura. Para isso, se filiou a um partido menos radical que o PSOL e reviu posições polêmicas, como a legalização das drogas – em meio à campanha, se colocou contra a medida que defendia historicamente, como forma de acabar com a guerra ao tráfico.
Boa parte da campanha girou em torno dos escândalos de corrupção do Ceperj – fundação voltada para levantamentos estatísticos que empregou funcionários suspeitos de serem fantasmas para programas sociais – e a prisão do ex-secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, acusado de envolvimento com o jogo do bicho.
Todos esses fatores fizeram o humor do eleitorado variar e alterar as sondagens eleitorais em movimentos fora da margem de erro, a cada pesquisas. Ora oscilando em favor do governador, ora em favor do deputado federal.
Na reta final, porém, foi Claudio Castro quem se deu melhor: chega ao dia da eleição com 47% dos votos válidos, de acordo com o Ipec. Isso faz a campanha cogitar uma vitória em primeiro turno, embora essa possibilidade esteja fora da margem de erro de dois pontos percentuais.
Já Freixo desidratou nas últimas semanas, aparece com 29% dos votos válidos, praticamente o mesmo patamar do início da campanha.
Pregando ser o único capaz de derrotar o governador, o candidato do PDT, Rodrigo Neves, cresceu na reta final e tem 23% dos válidos. Pode surpreender e ir para o segundo turno, embora a reação pareça um tanto tardia.
A eleição no Rio será “com emoção” e terá cara de “tira teima” após tantas oscilações de humor do eleitorado.
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