Responsável pelo habeas corpus que permitiu ao banqueiro Salvatore Cacciola fugir do país em 2000, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou nesta terça-feira que “é preciso compreender a angústia” e a decisão do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato de deixar o país para escapar da prisão.
Condenado a doze anos e sete meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato no processo do mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália para fugiu para a Itália e está na lista dos procurados pela Interpol.
“Precisamos compreender a angústia de quem está condenado. É natural a pessoa tentar escapar, principalmente conhecendo as condições desumanas das nossas penitenciárias. Então, como ele tinha dupla nacionalidade, saiu do Brasil para se ver livre do que seria o recolhimento a uma das penitenciárias. Isso nós precisamos compreender”, disse o ministro do Supremo.
Em seguida, Marco Aurélio também rebateu acusações de leniência do poder público por deixar Pizzolato fugir. “Não houve [leniência]. O Brasil tem fronteiras muito longas e abertas.”
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Marco Aurélio ainda criticou a decisão do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, em expedir os mandados de prisões de doze mensaleiros condenados no final de semana. “Até hoje não entendo o motivo pelo qual vieram para Brasília. O cumprimento se dá onde o réu, o reeducando – e tomara que todos saiam reeducados -, tem raízes, domicílio.”