O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ironizou nesta quinta-feira a barganha feita pelo governo da presidente Dilma Rousseff para inflar a sua base de apoio e, dessa forma, fugir do processo de impeachment. O Planalto tem cooptado representantes partidários – inclusive as legendas nanicas e sem o menor protagonismo – para contabilizar 172 votos contrários ao afastamento de Dilma. “É liquidação de fim de governo. É o feirão do petrolão”, classificou Cunha, ignorando, porém, o fato de que seu partido, o PMDB, está no centro das negociações e que, assim como líderes petistas, ele também é investigado no escândalo de corrupção da Petrobras. Cunha voltou a defender que os peemedebistas que ainda ocupam o alto escalão entreguem suas pastas e afirmou que políticos “recentes” do PMDB, e que, portanto, não têm muita identidade com o partido, são aqueles que se mantêm aguerridos ao governo – uma referência indireta à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, filiada à legenda há menos de três anos. (Marcela Mattos, de Brasília)