Dilma nomeia militares para a cúpula do Dnit
Após faxina no órgão, presidente escolhe substitutos para "colocar ordem no departamento" integrante do Ministério dos Transportes
A presidente Dilma Rousseff indicou um oficial-general do Exército e um auditor da Controladoria-Geral da União (CGU), que também foi militar, para as duas principais diretorias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A decisão criou um desconforto dentro do órgão, principalmente porque os outros cinco diretores indicados também não são servidores de carreira do próprio Dnit. As escolhas de Dilma foram entendidas como um recado de que há uma espécie de “intervenção” para reconstruir a imagem da autarquia, mergulhada numa onda de denúncias de corrupção no último mês.
Indicado para ser o diretor-geral, cargo mais importante do órgão, o general Jorge Ernesto Pinto Fraxe era diretor de Obras de Cooperação do Exército. O nome dele foi negociado pela presidente com o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri. A presidente informou a Enzo que gostaria de nomear um general para “botar ordem no Dnit”. Optaram por Fraxe, que já conhece o setor por ter feito interlocução com o órgão dentro do Exército.
Dilma quer, a curto prazo, que seja feita uma radiografia da autarquia. Fraxe tem fama de habilidoso e de ter um estilo de cobrança de resultados semelhante ao da presidente. Segundo colegas, ele gosta de mostrar serviço e fazer propaganda disso.
Ao escolher um membro das Forças Armadas, Dilma repete atitude tomada pelo ex-presidente Itamar Franco. O general Bayma Denys foi ministro dos Transportes em 1994 e o general Romildo Caim assumiu a Secretaria da Administração Federal no ano anterior.
O novo diretor executivo, que cuidará das licitações do Dnit, Tarcísio Gomes de Freitas, é funcionário da CGU. Antes de ingressar na controladoria, foi do quadro de engenheiros do Exército Brasileiro. Hoje é coordenador-geral de Auditoria da Área de Transportes da Controladoria. A diretoria executiva do Dnit era ocupada por José Henrique Sadok de Sá, demitido após denúncias de que a empresa de sua mulher faturou 18 milhões de reais em contratos vinculados ao órgão que ele dirigia.
(Com Agência Estado)