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Dilma diz que pedaladas também teriam levado ao impeachment de seus antecessores

Em evento no Palácio do Planalto, a presidente posou para fotos ao lado de artistas e intelectuais, numa tentativa de mostrar apoio contra o processo de impeachment que tramita na Câmara

Por Da Redação 31 mar 2016, 17h12

A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta quinta-feira um grupo de artistas e intelectuais alinhados com o discurso oficial de “defesa da democracia”, mais uma etapa do plano de tentar mostrar vigor e apoio contra o avanço do impeachment no Congresso Nacional. Em evento que não discutiu políticas públicas culturais, Dilma posou para fotos ao lado de famosos da música, do cinema, do teatro e das letras, como a cineasta Anna Muylaert, a atriz Letícia Sabatella, a sambista Beth Carvalho e o romancista Raduan Nassar. Entre os convidados também estava o produtor cultural Pablo Capilé, cujo grupo Fora do Eixo alojou-se no Ministério da Cultura sob o comando do ministro Juca Ferreira, um dos organizadores do encontro.

No Palácio do Planalto, a presidente tentou minimizar sua responsabilidade pela atual crise econômica ao dizer que todos os países passam por oscilações. Ela admitiu que, nas eleições de 2014, não reconheceu a gravidade da crise, mas insistiu em atribuí-la a fatores externos: “Não estava clara ainda a profundidade da desaceleração das economias emergentes”.

Dilma voltou a negar que as pedaladas fiscais configurem crime de responsabilidade. “O meu impeachment baseado nisso significaria que todos os governos anteriores ao meu ver teriam que ter sofrido impeachment, porque todos eles, sem exceção, praticaram atos iguais aos que eu pratiquei”, disse. Essa tese não colou no julgamento do TCU que recomendou a rejeição das contas da presidente – ao contrário do que à época argumentou a Advocacia-Geral da União, essas operações não eram corriqueiras em governos anteriores. A presidente também acusou o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, de entrar “com pedido de impeachment porque o governo se recusou a participar de qualquer farsa na comissão de ética que o julgava”.

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Dilma lembrou sua militância contra o regime militar no país, e lacrimejou e embargou a voz falar da prisão. “Aprendemos o valor da democracia da pior forma possível, que é de dentro de um presídio vendo as pessoas sofrerem e tentarem resistir à imensa força da tortura, que tenta fazer com que a pessoa traia aquilo que ela acredita. É isso que a tortura faz. Não é pura e simplesmente a dor. É o que ela procura fazer quebrando a dignidade humana daqueles encarcerados”, afirmou.

Depoimentos – O Planalto exibiu depoimentos gravados como o do neurocientista Miguel Nicolelis, militante do PT e apoiado pelo governo federal com cerca de 250 milhões de reais em seus projetos científicos. “O mundo já está informado da tentativa de remover uma presidente sem a legitimidade das urnas. Senhora presidente, resista, porque a senhora não está sozinha. No Brasil, golpes são coisas do passado e jamais poderão ser aceitas no presente e no futuro.”

“Os que tentam promover a saída de Dilma arrogam-se hoje sem qualquer pudor como detentores da ética serão execrados amanhã, não tenho dúvida”, disse o escritor Raduan Nassar.

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Letícia Sabatella afirmou que “não é petista” e faz “oposição a Dilma” por ter decepções com o partido, como o “empoderamento do homem do campo”. No entanto, afirmou que há um “ódio instaurado no país” fomentado por um “plano maquiavélico de tomada do poder na marra, um boicote à transformação social verdadeira”.

“Eu quero mandar uma mensagem aos milhares de brasileiros que foram às ruas defender a democracia. Vocês não estão sozinhos. Não vai ter golpe”, disse em vídeo gravado em inglês o ator americano Danny Glover.

A cantora Beth Carvalho defendeu abertamente Dilma e o ex-presidente Lula e afirmou que os avanços sociais no Brasil “estão seriamente ameaçados pela direita”. “Devemos nos lembrar de Leonel de Moura Brizola e sua campanha pela legalidade”, clamou. “É o amor que faz com que Dilma Rousseff se levante todos os dias para lutar por um Brasil mais justo, a despeito de todas as injustiças contra ela. Só podia ser uma guerrilheira”, disse a sambista.

O teatrólogo Aderbal Freire Filho comparou a cena política a uma “farsa” e disse que o impeachment é orquestrado por “personagens ridículos, fanfarrões enterrados até o pescoço em escândalos de corrupção”.

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