“Quando você tem um documento, ninguém pode negar ou esquecer o que está escrito. A vantagem desse documento é que foi discutido entre mais de 190 países e traz escrito os compromisso que terão que ser cumpridos. Agora, muitos países não quiseram assinar a questão do financiamento”
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Momentos antes do seu discurso de encerramento da Rio+20, a presidente Dilma Rousseff fez um balanço da conferência, nesta sexta-feira, durante entrevista coletiva, no Riocentro. A presidente declarou-se satisfeita com o resultado, considerando os limites de uma negociação multilateral entre mais de 190 países, e disse que o mundo precisa avançar a partir do pontos acordados no documento final. Nesse contexto, Dilma destacou a inclusão do financiamento do desenvolvimento sustentável na pauta.
“Quando você tem um documento, ninguém pode negar ou esquecer o que está escrito. A vantagem desse documento é que foi discutido entre mais de 190 países e traz escrito os compromisso que terão que ser cumpridos. Agora, muitos países não quiseram assinar a questão do financiamento. Uma das formas de se evoluir daqui para a frente é colocar isso na pauta, porque lá em Copenhagen não foi. Os países ricos não querem, mas nós sim”, afirmou.
Em resposta às críticas da sociedade civil, Dilma argumentou que o documento é apenas o ponto de partida, mas que é fundamental exigir que os países avancem e adotem suas próprias medidas.
“Esse documento é um ponto de partida. É até onde as nações chegaram em conjunto. Agora, temos que exigir que as nações avancem. Não podemos conceber que alguém fique aquém dessa posição. Isso significa que a próxima conferência terá que dar um salto para frente. Tenho certeza que se tivéssemos mais de 190 ONGs seria muito difícil obter um consenso”, analisou.
Como exemplo, Dilma citou doações voluntárias do próprio Brasil para promover o desenvolvimento em países pobres, acordadas durante a Rio+20.
“O Brasil assumiu com a China o compromisso de colocar no PNUMA mais 6 milhões de dólares. E vamos colocar mais 10 milhões de dólares na África e e pequenas ilhas para processos de mitigação e adaptacao desses países. Com esse gesto, queremos mostrar que achamos fundamental introduzir a questão dos fundos na pauta daqui para a frente. É voluntário. O Brasil põe o que quer, cada um põe o que quer. É um sinal de que achamos que temos que caminhar nessa direção”, afirmou.