Após VEJA revelar a decisão de Jair Bolsonaro de deixar o PSL, deputados federais da sigla divulgaram, nesta quarta-feira, 9, uma nota em apoio ao presidente. Os parlamentares pedem que a atual direção da legenda, presidida pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), “adote novas práticas, com a instauração de mecanismos que garantam absoluta transparência na utilização de recursos públicos e democracia nas decisões”.
Assinam a nota de apoio a Bolsonaro os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Filipe Barros (PR), Carla Zambelli (SP), Bibo Nunes (RS), Bia Kicis (DF), Hélio Lopes (RJ), Alê Silva (MG), Cabo Junio Amaral (MG), Chris Tonietto (RJ), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), Aline Sleutjes (PR), Carlos Jordy (RJ), Márcio Labre (RJ), Major Vitor Hugo (GO), Sanderson (RS), General Girão (RN), Daniel Silveira (RJ), Luiz Lima (RJ) e Coronel Armando (SC).
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro afirmam que a gestão de Bivar é “coronelista” e cobram que “a turma de Bolsonaro tome as rédeas do partido”. Parlamentares próximos ao presidente da República cobram maior presença em cargos na direção do partido. Uma outra ala do partido, no entanto, afirma que Bivar cedeu em vários pedidos e que Bolsonaro deve gratidão ao atual comandante do PSL.
Na terça-feira 8, uma ala do PSL divulgou um manifesto em apoio a Bivar. No documento, o grupo exalta a importância da sigla nas eleições de 2018 e, visando os próximos pleitos, “colocam-se à disposição para reconstruir o partido em todo o território nacional, nas suas respectivas bases e regiões”. Os parlamentares exigem, ainda, “a preferência para presidir os Diretórios e Comissões Provisórias Municipais”, conforme o artigo 99 do estatuto do partido.
Um dos defensores do texto, o deputado federal Júnior Bozzella (SP) disse a VEJA que “Bolsonaro já está eleito e teve o nosso voto. Ele não precisa de lista de apoio. O manifesto nosso é de apoio ao presidente do partido, solicitando o cumprimento do estatuto”. “Todos nós apoiamos o Bolsonaro. Ninguém nunca disse nada ao contrário”, disse. Questionado sobre a divisão do partido entre apoiadores e desafetos de Bivar, Bozzella afirmou que “ninguém normal vai contra o presidente do partido”.