A oposição reagiu com ceticismo ao depoimento do diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira. Tucanos ouvidos pelo site de VEJA acreditam que a falta de respostas objetivas, assim como acontecera um dia antes no Senado, torna mais necessária uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as revelações feitas por VEJA a respeito do esquema de corrupção no Ministério dos Transportes.
“Mais do que nunca ela é necessária agora. O Tribunal de Contas fala que em dois anos o superfaturamento foi de mais de 700 milhões de reais”, diz Alvaro Dias, líder do PSDB no Senado. Das 27 assinaturas necessárias para a CPI na Casa, a oposição já tem 23.
Jogada ensaiada – Sobre a mudança de postura de Pagot, que havia insinuado que poderia fazer novas acusações mas depois recuou, Alvaro Dias acredita que a jogada foi ensaiada : “Ele vendeu dificuldade para arrumar facilidade. Tanto é que não foi demitido. Houve reciprocidade de apoio”, analisa.
O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), diz que o assunto não vai esfriar durante as duas semanas de recesso no Congresso. Ele afirma que o partido vai acompanhar os desdobramentos das investigações abertas pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União e pela Controladoria Geral da União.
O tucano reconhece, entretanto, a dificuldade de criação da CPI: “Com essa maioria avassaladora que o governo tem, essa maioria cega, a gente só vai ter chance com pressão da opinião pública; e, em tese, só no Senado”.
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