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Denúncias voltam a complicar Perillo e Agnelo

Depoimento de jornalista à CPI do Cachoeira e revelação de novos áudios da Polícia Federal recolocam tucano e petista no centro das investigações

Por Gabriel Castro
27 jun 2012, 17h32

Há duas semanas, os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), saíram de seus depoimentos à CPI do Cachoeira com a impressão de que ficaram mais distantes das acusações que os ligavam ao grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira. Mas, depois desta quarta-feira, a suspeição sobre a dupla voltou a ganhar força.

Perillo foi atingido em cheio pelo depoimento do jornalista Luiz Carlos Bordoni, que prestou serviços para a campanha do governador e diz ter sido pago, via caixa dois, com recursos de empresas de Cachoeira. As afirmações indicam um elo concreto entre o contraventor e Perillo.

Bordoni afirmou ainda que o governador manteve vários encontros com Cachoeira, o que também desmente Perillo. E disse que o tucano mentiu quando disse à CPI que combatia com firmeza a exploração de caça-níqueis em Goiás.

Os tucanos tentaram desqualificar o denunciante, que já foi condenado por calúnia e, em seu depoimento à CPI, chegou a cair em contradição. Ainda assim, os efeitos políticos das declarações são inevitáveis: Bordoni trabalhou com Perillo em todas as eleições desde 1986, e sempre teve uma relação próxima com o governador: “Já fui peessedebista. Eu não queria estar aqui, mas fui obrigado a vir pelo seu companheiro, meu ídolo de ontem e hoje meu algoz”, disse o depoente aos parlamentares tucanos.

PT – Agnelo Queiroz sempre teve um álibi de peso; o de nunca ter se envolvido pessoalmente com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O petista demitiu três subordinados flagrados em contato com o bando, inclusive o chefe de gabinete do governo. À CPI, disse que a quadrilha não conseguiu se aproximar do comando do governo. Mas os fatos podem indicar o contrário.

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Um dos demitidos por Agnelo era Marcello de Oliveira, o Marcellão, assessor especial da Casa Militar. Conversas interceptadas pela Polícia Federal e divulgadas nesta quinta-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo indicam que o governador, por meio de Marcellão, deu sinal verde para o avanço do grupo, que pretendia usar a Delta para se infiltrar no sistema de transporte público da capital.

“Tivemos uma reunião com o camarada lá ontem, o ‘xará’, eu e o Marcellão. Ele falou para avisar para você que quarta-feira está marcada a reunião. Se o assunto for ônibus, o governador quer fechar com a empresa. Se for outro assunto, ele está à disposição”, diz o araponga Idalberto “Dadá” Matias de Araújo a Claúdio Abreu, então diretor da Delta no Centro-Oeste.

As conversas também dão conta de que o governador receberia Abreu e o então presidente da Delta, Fernando Cavendish, em um encontro: “Eu e o Fernando vamos estar amanhã com o governador. O negócio está marcado lá, amanhã à tarde, e parece que o governador mandou o homem pagar a gente”, diz Abreu a um funcionário. O diálogo ocorreu em 28 de fevereiro. Nas primeiras horas do dia seguinte, a operação Monte Carlo desmontaria os planos da quadrilha de Cachoeira.

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