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Denunciado, Cunha afirma: ‘Renúncia não faz parte do meu vocabulário’

Em evento com sindicalistas em São Paulo, presidente da Câmara é recebido com festa, afirma que é inocente e descarta abandonar o cargo

Por Nicole Fusco
21 ago 2015, 11h57

Um dia depois de ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal por envolvimento no esquema do petrolão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi recebido nesta sexta-feira por sindicalistas em São Paulo no que se transformou em um grande ato de desagravo ao parlamentar. O peemedebista foi recebido no evento aos gritos de “Cunha, guerreiro do povo brasileiro” e “Cunha é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”. Originalmente, a pauta do encontro seria a discussão sobre vetos presidenciais com dirigentes sindicais. O evento foi organizado pelo deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), ex-dirigente da Força Sindical. Ao discursar, Cunha voltou a descartar a chance de deixar o cargo.

“Eu apenas digo que, além de ser absolutamente inocente, não há uma única prova contra mim em todas as páginas da denúncia que foi apresentada. Não há a menor possibilidade de eu deixar o cargo para o qual fui eleito antes do término do meu mandato. Não há renúncia. Renúncia não faz parte do meu vocabulário, assim como covardia”, afirmou o presidente da Câmara. Cunha ainda ironizou os petistas alvo de protestos em São Paulo. “Com todos esses casos de corrupção, esses aí não conseguem andar na rua, ir a restaurantes. Eu ando com a minha cabeça erguida”. O parlamentar afirmou também que não vai retaliar “quem quer que seja”. “Não adianta nenhuma especulação do que eu vou fazer ou deixar de fazer. Não vou retaliar quem quer que seja, tampouco vou abrir mão de qualquer direito e dever que eu tenha”.

Cunha aproveitou para alfinetar o presidente do Senado, Renan Calheiros, que estendeu na semana passada a mão ao governo Dilma Rousseff com a chamada Agenda Brasil. O deputado lembrou que Renan também foi alvo de denúncia em 2013, por utilizar dinheiro de empreiteira para pagar a pensão da filha. “O presidente do Senado sofreu uma denúncia e ainda não foi julgado. Ninguém está dizendo que ele não tem condições de comandar a Casa. E é claro que tem”.

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Na abertura do encontro, sindicalistas discursaram ressaltando a “coragem e determinação” de Cunha. Pouco antes de ceder a palavra ao peemedebista, Paulinho afirmou que o deputado é “a pessoa mais correta” que conhece – e, em referência à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da União, disse que Cunha é perseguido. “Quem defende os mais fracos é perseguido. E isso não começou agora, começou lá trás, com Jesus Cristo. Você teve coragem de enfrentar os poderosos”, afirmou ao aliado.

Adversários – Cunha enfrenta a pressão de adversários para que se afaste do comando da Câmara. Após a denúncia chegar ao Supremo, deputados de partidos como o PSOL, PT e PSB começaram a colher assinaturas de apoio a documento em que afirmam que a situação do peemedebista é “insustentável”. A reação, no entanto, não tem nenhum efeito prático. Principal caminho para que seja cassado, o processo no Conselho de Ética ainda é descartado pelos opositores de Cunha. Eles decidiram aguardar o STF decidir se acata a denúncia para ingressar no colegiado.

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