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Delatores dizem a Moro desconhecer obras no sítio de Atibaia

Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Dalton Avancini prestaram depoimentos como testemunhas de acusação em processo contra Lula

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 fev 2018, 21h05 - Publicado em 16 fev 2018, 20h54
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  • Quatro delatores premiados da Operação Lava Jato prestaram depoimento nesta sexta-feira como testemunhas de acusação em um processo que tem entre os réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Falaram ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, o ex-executivo da empreiteira Camargo Corrêa Dalton Avancini, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco.

    Questionados pela procuradora da República Jerusa Viecili e pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, os quatro delatores confirmaram pagamento de propinas em contratos da Petrobras pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, a exemplo das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, além de dois gasodutos construídos para a estatal.

    Avancini, Youssef, Costa e Barusco negaram, no entanto, que tenham conhecimento sobre obras feitas pela Odebrecht e a OAS, além da empreiteira Schahin, no sítio Santa Bárbara, na cidade de Atibaia (SP), frequentado pelo petista e sua família e cujos donos são próximos de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho de Lula.

    Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que baseia o processo, as empreiteiras participaram de um “consórcio” que construiu benfeitorias na propriedade, equipada com piscina, churrasqueira, campo de futebol e um lago de peixes, ao custo de 1 milhão de reais. O dinheiro, sustentam os procuradores, foi destinado a Lula como propina de contratos da Petrobras.

    A parte da Odebrecht nas propinas teria vindo de 128 milhões de reais de vantagens indevidas em quatro contratos com a Petrobras e, no caso da OAS, o dinheiro teria sido contabilizado em vantagens indevidas de 27 milhões de reais pagas sobre três contratos. As duas empreiteiras teriam pago, juntas, 870.000 reais das obras.

    A suposta “contribuição” da Schahin às obras no sítio no interior paulista, de 150.500 reais, teria sido repassada por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, e retirada de propinas pagas pela empreiteira no contrato de operação, pela empreiteira, do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras.

    Além de Lula, respondem à ação penal Bumlai, os empreiteiros José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht e Emílio Odebrecht, o ex-executivo da OAS Agenor Franklin Magalhães Medeiros, os ex-executivos da Odebrecht Alexandrino Alencar, Carlos Armando Guedes Paschoal e Emyr Diniz Costa Júnior, o ex-engenheiro da OAS Paulo Roberto Valente Gordilho, o ex-assessor especial da Presidência Rogério Aurélio Pimentel, o advogado Roberto Teixeira e Fernando Bittar, proprietário do sítio.

    Segundo Léo Pinheiro, Lula pediu a ele que cuidasse da reforma do “seu” sítio em Atibaia. A propriedade está registrada em nome de um sócio de Fábio Luís da Silva, filho do ex-presidente

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