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De puxadinho, Cardozo comanda tática do PT no impeachment

O advogado e braço-direito de Dilma Rousseff dita a tática da atuação petista em um último esforço para salvar o mandato da presidente afastada

Por Felipe Frazão, Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 ago 2016, 16h25 - Publicado em 25 ago 2016, 16h15
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  • Advogado da presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo (PT) desempenha um papel de maestro dos senadores petistas na sessão final do julgamento do impeachment, iniciada nesta quinta-feira no Senado.  Tal qual um treinador de equipe olímpica, reúne constantemente os senadores ao seu redor e dita a tática de atuação petista nos intervalos.

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    O ex-ministro e ex-advogado-geral da União transformou o espaço reservado à defesa em um “puxadinho” do plenário, aglomerando bancos de madeira ao redor da bancada e pilhas de papeis no chão. Cardozo está debruçado sobre um notebook, inúmeras pastas sobre a ação contra Dilma, livros de Direito, o Código de Processo Penal e a Constituição Federal. A toda hora faz telefonemas e digita mensagens pelo WhatsApp.

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    Cardozo está acompanhado do coordenador jurídico do PT e de campanhas de Dilma, Flavio Caetano, e de ex-auxiliares no Ministério da Justiça, como Gabriel Sampaio, que o assessorou para assuntos legislativos. Sampaio, por exemplo, também partiu para o corpo a corpo e se aproximou das senadoras Lídice da Mata (PSB-BA) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para orientá-las.

    A primeira vitória do braço-direito de Dilma foi conseguir impugnar o depoimento do procurador de Contas Júlio Marcelo de Oliveira como testemunha. Uma pergunta do advogado fez o procurador admitir que compartilhou postagem em seu Facebook pessoal convocando ativistas para uma manifestação pela rejeição das contas de Dilma. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do julgamento do impeachment, Ricardo Lewandowski, considerou que ele caiu em suspeição e dispensou o depoimento como testemunha, rebaixando Julio Marcelo à condição de informante, cujo valor de prova difere por não ter compromisso de dizer a verdade, nem de ser imparcial.

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    Em seguida, Cardozo combinou a estratégia com os senadores petistas que se acercaram para ouvi-lo, como Lindbergh Farias (RJ), Humberto Costa (PE) e Jorge Viana (AC), além de agregados como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Kátia Abreu (PMDB-GO): não fazer nenhuma pergunta ao procurador, mas gastar o tempo para tecer comentários contra a procedência da denúncia. “Júlio Marcelo é suspeito, parcial. Não vamos mais fazer pergunta para informante”, comemorou Lindbergh. “O principal ator desse processo foi considerado suspeito pelo presidente do Supremo, porque tem papel de magistrado, não poderia tomar parte. O procurador foi transformado num cagueta, num X-9”, disse a VEJA Jorge Viana, dando mostras do discurso petista de parcialidade no processo. O vice-presidente do Senado depois sentou-se ao lado de Cardozo para chancelar o novo adjetivo de Julio Marcelo.

    A ação combinada entre a tropa de Dilma acabou sendo freada por Lewandowski. Ao dedicar seu tempo de questionamentos apenas para manifestações genéricas, a senadora Vanessa Grazziotin acabou interrompida pelo presidente do STF, reprovando a estratégia petista de procrastinar. 

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    O capítulo final do impeachment de Dilma teve início nesta quinta-feira com uma série de manobras de seus aliados e a oitiva de Julio Marcelo. A expectativa é a de que o depoimento se arraste até a noite de hoje. A conclusão do processo contra a presidente afastada deve acontecer somente na próxima terça-feira.

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