Damares diz que ouviu casos de pedofilia em ‘conversas com o povo na rua’
Ministério Público pediu esclarecimentos sobre os relatos após discurso da ex-ministra em um culto evangélico
A senadora eleita e ex-ministra Damares Alves (Republicanos) se pronunciou nesta quinta-feira, 13, sobre as graves denúncias de pedofilia que fez durante um culto na igreja Assembleia de Deus de Goiânia, no último sábado. Ela afirmou que ouviu os relatos “em conversas com o povo na rua.”
Na ocasião, Damares disse que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos tem imagens de crianças que teriam sido traficadas na Ilha de Marajó, que pertence ao Pará. “Eu vou contar uma história para vocês, que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças brasileiras de 3, 4 anos que, quando cruzam as fronteiras, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”, relatou.
O discurso da ex-ministra circulou nas redes sociais e causou polêmica. Depois de cinco dias de silêncio, ela finalmente se pronunciou sobre o assunto, e contou uma história diferente. “A ministra não tem acesso às coisas que chegam na ouvidoria. A ouvidoria encaminha diretamente ao Ministério Público, são dados sigilosos. O que eu falo no vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos”, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O Ministério Público Federal no Pará e o Ministério Público no Estado do Pará pediram esclarecimentos ao ministério sobre as denúncias de Damares, para que sejam tomadas as providências cabíveis, e solicitaram que a pasta informe quais medidas adotou após descobrir os fatos supostamente criminosos. Na terça-feira, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, vinculada à PGR (Procuradoria-Geral da República), fez o mesmo pedido de esclarecimentos, dando três dias para a resposta do governo federal.